domingo, 10 de julho de 2011

No Chile, atos por educação desembocam em contestação do modelo de país

Estudantes e professores realizam as maiores manifestações desde a redemocratização e avisam: não é só a educação que está em jogo, é um Estado que alimenta a desigualdade

Por: João Peres, Rede Brasil Atual

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, parece ter errado o alvo ao anunciar esta semana um pacote educacional que tentava dar fim aos movimentos populares iniciados há três meses em várias partes do país. Talvez nem Piñera, nem seus ministros, nem a oposição tenham condições de acertar no centro da questão: estudantes e professores mobilizados nas maiores manifestações públicas em décadas não querem uma simples mudança. O que eles desejam é um novo modelo, não só de educação, mas de Estado.

“Temos muito clara a ideia de que essa é uma democracia muito precária, que não garante que o povo possa participar”, resume Germain Dantas, presidente da Federação de Estudantes da Universidade Federico Santa Maria, uma instituição privada de Valparaíso, e integrante da Confederação de Estudantes do Chile. “Há grupos de poder que se servem sempre do prato da política, e não fazem políticas para as pessoas, mas para certos grupos.”

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