Ele constata a existência de um pacto pró-desenvolvimento, consolidado de tal modo que o país passou a não aceitar mais, tendo em vista a conquista do eleitorado, "um vôo de galinha" na expansão da economia. "O crescimento se manterá principalmente por causa desse pacto político construído e que vê no crescimento a possibilidade de expansão de todos - do lucro, do emprego, do salário e, como consequência, dos votos".
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann, acertou na mosca tanto no conteúdo do que falou quanto na oportunidade, ao prever que o Brasil manterá a trajetória de crescimento econômico durante toda essa 2ª década do século XXI.
Em sua participação nesta 6ª feira (ontem) no debate "Crescimento Econômico e Distribuição de Renda no Brasil", realizado na capital paulista, Pochmann saiu a campo para fazer, publicamente, a constatação de que o Estado brasileiro selou um "pacto" com o crescimento.
E o consolidou de tal modo que passou a não aceitar mais, tendo em vista a conquista do eleitorado, "um vôo de galinha" (expressão usada para curtos surtos de crescimento econômico) na expansão da economia.
O crescimento se manterá irreversível
"O crescimento se manterá principalmente por causa do pacto político que foi construído e que vê no crescimento a possibilidade de expansão de todos - do lucro, do emprego, do salário e, como consequência, dos votos", destacou Pochmann. Completou sua exposição observando que o governo hoje oferece garantias à iniciativa privada, o que dá segurança aos investimentos.
"Por meio de suas políticas - assinalou - o governo diz ao empresário: 'Pode investir que eu garanto energia, mão de obra qualificada e crescimento do mercado interno'". A tendência, acentuou, é que nem um agravamento da crise internacional vai tirar o Brasil desta perspectiva. "Há um entrelaçamento entre o investidor e o Estado. E as crises nos têm sido favoráveis, porque levaram o País a tomar decisões que não tomaria não fossem as dificuldades econômicas internacionais."
Pochmann foi assertivo e oportuno em sua intervenção, principalmente porque não cessam as avaliações pessimistas e pressões das cassandras que choram pelo fato de o Banco Central (BC) ter baixado em 0,50% os juros na última semana de agosto. Não se conformam, torcem por mais elevações na Selic (agora em 12% ao ano) e pintam o apocalipse em termos de recrudescimento da inflação em decorrência dessa queda da taxa.
Redução de juros faz parte do pacto pró-desenvolvinmento
Para o presidente do IPEA, a decisão do BC no final do mês passado está alinhada com o "pacto com o crescimento econômico" estabelecido no país. Ainda que ele tenha admitido que decisões dessa natureza do BC só terão efeito sobre a economia cerca de seis meses depois de adotadas.
"O Banco Central avaliou que o cenário daqui a seis meses é de pressão natural pela redução da inflação. E não dá para esquecermos que o ano que vem tem eleição. Viemos de um crescimento de 7% do PIB ao ano e em 2011 o crescimento deve ser de 3,5%. Qual será o crescimento no ano que vem com o agravamento da crise?", questionou.
Não vou prognosticar números ou percentuais, mas o questionamento do Pochmann só tem uma reposta dada por ele mesmo, e tranquilizadora, no fecho de sua explanação: "O governo Dilma quer o crescimento econômico".
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