A matemática econômica é inexorável. Ela diz que se todos estão bem, você está bem, também. Se nem todos estão bem, pode ser que você esteja entre os falidos.
Dito isso, eu me solidarizo com o rapaz que não terá dinheiro pra pagar o imposto do carro importado e por isso o "abandonará" no porto. Mas daí a ser cego, tem uma distância bem grande.
O governo já estava cantando a bola fazia algum tempo que subiria o IPI dos importados pra proteger a indústria nacional. Mesmo assim, bastante gente arriscou.
Ora, a manchete do diário oficial da tucanolândia estampa na tela "protecionismo". Amigos, convenhamos, claro que é protecionismo. Mas o que você prefere, que o governo faça protecionismo pra proteger o teu emprego ou pra proteger o emprego dos outros países?
A classe média brasileira, burra como sempre, não se emenda. Está nem aí pra coletividade. Está querendo mais é poder desfilar no carrão e mostrar que está por cima da carne seca. Quer é viajar pra Miami e voltar cheia de bugigangas da Victoria´s Secret e que se dane a balança comercial.
Em suma, ela nao entende que o fato de ter grana no bolso está diretamente ligado ao fato de o povo daqui ter emprego. Ela não entende a lógica mercadológica porque é informada por esta mídia vassala e desavergonhada que pouco se lixa para o cidadão comum. Mas antes de tudo, é uma lógica burra. Viver importanto bens baratos é que levou os EUA à crise em que se encontra. Tudo vinha de fora e nada era produzido na América. O povo ia ficando sem emprego, com uma economia dependente exclusivamente de serviços e de especulação bursátil. Faltou grana no bolso do povo e foram deixando de pagar as contas. O resto, na quebradeira dos subprime, você já sabe.
Muita gente já esqueceu o que houve por volta de 1999, quanto tinhamos um dólar baixo e uma indústria sucateada. É isso que a tucanolândia quer de novo para o país? Regresso?
A Folha, junto com metade do imprensalão tucano vai denunciar o Brasil na OMC. Imagina aumentar o imposto dos importados? Como vamos fazer pra nos sobressairmos sobre os trabalhadores?
Assim não dá. Assim não pode, como diria um velho ocupante do Planalto.
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