Na primeira manifestação sobre greve de policiais militares na Bahia, presidenta Dilma Rousseff diz que reivindicar é direito democrático e que movimento preciso ser respeitado. Mas condena atos ilícitos que, para ela, merecem punição. 'Se você anistiar, aí vira um país sem regra', afirma. Segundo Dilma, país precisa debater direito de greve de policiais.
Da Redação
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff considera que os policiais militares (PMs) em greve na Bahia tinham direito de reivindicar melhores salários, mas não de “instaurar pânico” na população. Por isso, para ela, quem praticou atos ilícitos durante a paralisação, que ainda está em andamento, não pode ser anistiado – tem de ser preso e processado. Dilma também acha que o direito de greve das polícias precisa ser debatido no país, mas não informou qual é a posição dela e do governo.
Os comentários da presidenta sobre a greve da PM baiana e as consequências da paralisação foram feitos nesta quinta-feira (9), em entrevista coletiva em Pernambuco, estado aonde ela foi vistoriar as obras da ferrovia Transnordestina.
Segundo ela, “o Brasil tem uma visão de garantia da lei e da ordem muito moderna” e, por isso, “não consideramos que seja correto instaurar o pânico, instaurar o medo, criar situações que não são aquelas compatíveis com uma democracia”.
“Em uma democracia você sempre tem de considerar legítimas as reivindicações, mas há formas de reivindicar, não é? Eu não considero que o aumento de homicídios na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzado, seja uma forma correta de conduzir o movimento”, disse Dilma. “Agora, eu repito, acho que você tem de respeitar democraticamente os movimentos e suas reivindicações.”
Para a presidenta, quem entrou na greve apenas para reivindicar, não tem de ser preso, nem condenado. “Agora, por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, crimes contra as pessoas e crimes contra a ordem pública, não podem ser anistiados. Se você anistiar, aí vira um país sem regra.”
Dilma disse ainda que o direito de greve de policiais “é uma questão que tem de ser debatida no Brasil. Nós, no governo federal, temos uma posição quanto a isso”. Mas não falou qual era, nem foi perguntada na entrevista.
Três centrais sindicais - CUT, Conlutas e CTB - manifestaram-se publicamente a favor da greve dos policiais militares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário