sábado, 11 de fevereiro de 2012

Os seguidores de Jair Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Nesta semana, o preconceito tomou conta da cena política. Não foi somente o grosseiro bispo de Assis, dom José Benedito Simão, que acusou a nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, de ser “uma pessoa mal-amada” por sua defesa do direito ao aborto. Outros trogloditas também esbanjaram fanatismo com seus ataques medievais, reacionários.

Numa reação aparentemente orquestrada, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) postou em seu twitter que a bancada evangélica se unirá “para combater a abortista”, também se referindo a Eleonora Menicucci. Para ele, a nova ministra “devia estar em Sodoma e Gomorra”. Os fundamentalistas não aceitam qualquer debate democrático na sociedade que questione os seus dogmas.

O “kit gay” dos preconceituosos

Já o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) exibiu em seu gabinete um cartaz contra o ex-ministro Fernando Haddad, “o candidato do kit gay”. Indagado sobre a provocação homofóbica, o neofascista disse que “coloquei aquilo para quem tem vergonha na cara não votar no Haddad”. Jilmar Tatto, novo líder do PT na Câmara, preferiu não dar trela para o exibicionista. “É um desqualificado”.

E o líder do PR no Senado, Magno Malta (ES), ameaçou mobilizar os evangélicos contra Fernando Haddad na eleição municipal de São Paulo. “Vamos derrotar o Haddad e qualquer um que acredite em ‘kit gay’ e aborto”, esbravejou o senador. Ele também chamou o ministro Gilberto Carvalho de “safado” por suas críticas à disseminação de preconceitos nas TVs controladas por evangélicos.

Campanha de baixarias em 2012

Esta nova onda preconceituosa, que estimula os piores instintos na sociedade, tem forte relação com a disputa eleitoral deste ano. Os oportunistas e os setores conservadores tentam ganhar terreno no tabuleiro político. A “guerra santa” lembra a campanha de José Serra em 2010, que utilizou as redes sociais para explorar temas religiosos e incentivar o ódio.

Confirmado este rumo, as eleições deste ano prometem novamente tristes cenas de baixaria, unindo diversas tribos e seitas. Com certeza, o papa Bento XVI será acionado outra vez. No início de janeiro, no seu tradicional discurso de ano-novo, ele chegou a afirmar que o casamento gay “ameaça a dignidade humana, bem como seu futuro”. O preconceito é mesmo uma praga!

Postado por Miro

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