Este blogueiro, mesmo sem procuração do "Sindicato dos
Palhaços" protesta:
Guaianazes, no extremo leste de São Paulo, é apontado como um
dos bairros mais carentes da cidade, ao lado de tantos outros bairros
periféricos com Grajaú, Pedreira, Jardim Ângela, Campo Limpo, Jardim Helena e
Jardim São Luiz.
Guaianazes não é um dos bairros mais atraentes de São Paulo,
a começar pela localização: extremo leste da cidade, na fronteira com Ferraz de
Vasconcelos. São longos 25 quilômetros até o centro da cidade, distância que
pode ser percorrida de trem ou de ônibus. Leva-se, no mínimo, 50 minutos.
Também não há nenhum ponto de atração turística, parques ou
eventos “badalados”. A região é carente, uma pesquisa de 2003 do CEM (Centro de
Estudos da Metrópole) da USP (Universidade de São Paulo) apontou Guaianases e
Lajeado como duas das áreas mais vulneráveis da capital, ao lado de Jardim
Ângela, Grajaú, Pedreira, Campo Limpo, Jardim São Luiz e Jardim Helena.
O mapeamento levou em conta o acesso – ou a falta dele – da
população a equipamentos públicos como unidades de saúde, escola e lazer. Em
Guaianazes, 60,2% dos chefes de família ganham no máximo três salários mínimos,
segundo dados da Fundação Seade do ano 2000. Mais de 15% dos 400 mil moradores
vivem em favelas, número mais alto que do município como um todo: 11%. A taxa
de analfabetismo é de 7,7% quando a média da cidade é de 4,88% e as taxas de
defasagem escolar também são altas, muito embora não faltam vagas nas escolas
municipais da região, segundo a Subprefeitura.
Tecnocratas de governo, encastelados dentro de seus gabinetes
com ar condicionado, não enxergam as necessidades e as demandas que existem nas
periferias, e acabam sempre buscando solução, no sentido de "acabar com os
carrapatos, matando a vaca”.
Enquanto na zona leste, ha carência de tudo, áreas de lazer é
a que impera, toda administração comete sempre o mesmo e deliberado erro, de
criar mais equipamentos de lazer justamente em regiões, onde a população já tem
um milhão de opções e tem condições de pagar por elas.
A situação acima expondo as condições degradantes de
Guaianazes, não restam dúvidas, trata-se de um retrato sem retoques, a falta de
lazer, é um fator preponderante na geração de violência urbana.
Observem aqui que até palhaçadas tem limites:
O jornal Folha de S. Paulo de hoje, da conta que a Secretaria
Municipal de Cultura, está desapropriando um terreno de 5.756m2, no bairro
classe média alta, Pompéia, zona oeste da cidade, para instalar alí, um “circo
público” – como se a atual administração Kassab, não fosse um circo que custa
os olhos da cara ao contribuinte, ainda querem acabar com uma das poucas áreas
verdes naquele bairro.
A área já é objeto de
uma polêmica com a presidente da Associação Amigos de Vila Pompéia, Sra. Maria
Antonieta Lima e Silva, está localizada ao lado do shopping Bourbon. Ela alega
que o tal circo, atrairá mais carros em vias já congestionadas no entorno, e
vai além, disse a presidente: " O circo atrairá maus elementos das cercanias,
desocupados, e isso nos preocupa". Observem que novamente, vem o discurso
de "gente diferenciada" - como do anúncio da construção da estação do
Metrô Higienópolis, quando da mesma forma, o assunto virou uma polêmica.
Eu gostaria de saber, quais os critérios que as Secretarias
de Cultura, tanto municipal, quanto estadual, se utilizam na decisão de
implantação de equipamentos de lazer na cidade. Pois todo "iluminado"
que passa por ali, tiram essas ideias mirabolantes de suas cartolas.
Analisem bem a declaração do secretário da cultura, Carlos
Augusto Calil: "a cidade tem uma demanda reprimida por circo e mais da
metade da área na Pompéia será mantida verde" - enquanto isso, na sofrida
e abandonada zona leste, em especial Guaianazes, a situação é caótica, e
ninguém quer investir ali, pois as macacutáis já estão todas com certeza
amarradinhas.
Durante a administração Luiza Erundina (1989-1992) - a
secretária da cultura, era a filósofa Marilena Chauí - um grupo de jovens,
envolvidos com arte e cultura, iniciaram uma luta, pela implantação da Casa de
Cultura em Ermelino Matarazzo (tambem na zona leste), e não menos carente que
Guaianazes - já se passaram seis prefeitos por S. Paulo, e até hoje a luta pela
casa continua inglória e sem querer ser leviano, desafio qualquer leitor aqui,
a apresentar qual projeto de peso que a filósofa Chauí apresentou e implantou
na periferia de S. Paulo? Foi uma administração pífia, que só promovia eventos
culturais no Teatro Municipal, Vila Madalena, Jardins, enquanto na periferia,
como sempre, só sobrou futebol de várzea e por obra e graça dos próprios
moradores.
Isso prova, que independente do partido que está no comando
da prefeitura, parece que cultura de fato, não é artigo para pobre. Quero aqui,
embora ela não tenha atendido a reivindicação da Casa de Cultura em Ermelino
Matarazzo, fazer justiça à administração Marta Suplicy, que implantou os CEUs,
que trouxe "um alento" à periferia, mas ainda é muito pouco, pois ai
sim, ainda existe demanda reprimida.
É lamentável, que um terreno de 5.759m2, na Pompéia esteja
servindo de litígio, para se implantar um circo, numa região que não existe
carência de lazer, enquanto outras tem tão somente, um campinho de futebol de
várzea, como uma ilha de excelência, dentro de uma mar de violência, onde
ninguém quer enxergar isso.
Só me resta, pintar a cara, colocar meu nariz vermelho e
chorar....pois não tem administração que dê jeito nessa palhaçada em que foi
transformada a cultura em todas as esferas de poder
Fonte de consulta: Portal da Zona Leste
Publicada por Paulo Cavalcanti
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