segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O SINDICATOS DOS PALHAÇOS PROTESTA


Este blogueiro, mesmo sem procuração do "Sindicato dos Palhaços" protesta:
Guaianazes, no extremo leste de São Paulo, é apontado como um dos bairros mais carentes da cidade, ao lado de tantos outros bairros periféricos com Grajaú, Pedreira, Jardim Ângela, Campo Limpo, Jardim Helena e Jardim São Luiz.
Guaianazes não é um dos bairros mais atraentes de São Paulo, a começar pela localização: extremo leste da cidade, na fronteira com Ferraz de Vasconcelos. São longos 25 quilômetros até o centro da cidade, distância que pode ser percorrida de trem ou de ônibus. Leva-se, no mínimo, 50 minutos.
Também não há nenhum ponto de atração turística, parques ou eventos “badalados”. A região é carente, uma pesquisa de 2003 do CEM (Centro de Estudos da Metrópole) da USP (Universidade de São Paulo) apontou Guaianases e Lajeado como duas das áreas mais vulneráveis da capital, ao lado de Jardim Ângela, Grajaú, Pedreira, Campo Limpo, Jardim São Luiz e Jardim Helena.
O mapeamento levou em conta o acesso – ou a falta dele – da população a equipamentos públicos como unidades de saúde, escola e lazer. Em Guaianazes, 60,2% dos chefes de família ganham no máximo três salários mínimos, segundo dados da Fundação Seade do ano 2000. Mais de 15% dos 400 mil moradores vivem em favelas, número mais alto que do município como um todo: 11%. A taxa de analfabetismo é de 7,7% quando a média da cidade é de 4,88% e as taxas de defasagem escolar também são altas, muito embora não faltam vagas nas escolas municipais da região, segundo a Subprefeitura.
Tecnocratas de governo, encastelados dentro de seus gabinetes com ar condicionado, não enxergam as necessidades e as demandas que existem nas periferias, e acabam sempre buscando solução, no sentido de "acabar com os carrapatos, matando a vaca”.
Enquanto na zona leste, ha carência de tudo, áreas de lazer é a que impera, toda administração comete sempre o mesmo e deliberado erro, de criar mais equipamentos de lazer justamente em regiões, onde a população já tem um milhão de opções e tem condições de pagar por elas.
A situação acima expondo as condições degradantes de Guaianazes, não restam dúvidas, trata-se de um retrato sem retoques, a falta de lazer, é um fator preponderante na geração de violência urbana.
Observem aqui que até palhaçadas tem limites:
O jornal Folha de S. Paulo de hoje, da conta que a Secretaria Municipal de Cultura, está desapropriando um terreno de 5.756m2, no bairro classe média alta, Pompéia, zona oeste da cidade, para instalar alí, um “circo público” – como se a atual administração Kassab, não fosse um circo que custa os olhos da cara ao contribuinte, ainda querem acabar com uma das poucas áreas verdes naquele bairro.
A área já é objeto de uma polêmica com a presidente da Associação Amigos de Vila Pompéia, Sra. Maria Antonieta Lima e Silva, está localizada ao lado do shopping Bourbon. Ela alega que o tal circo, atrairá mais carros em vias já congestionadas no entorno, e vai além, disse a presidente: " O circo atrairá maus elementos das cercanias, desocupados, e isso nos preocupa". Observem que novamente, vem o discurso de "gente diferenciada" - como do anúncio da construção da estação do Metrô Higienópolis, quando da mesma forma, o assunto virou uma polêmica.
Eu gostaria de saber, quais os critérios que as Secretarias de Cultura, tanto municipal, quanto estadual, se utilizam na decisão de implantação de equipamentos de lazer na cidade. Pois todo "iluminado" que passa por ali, tiram essas ideias mirabolantes de suas cartolas.
Analisem bem a declaração do secretário da cultura, Carlos Augusto Calil: "a cidade tem uma demanda reprimida por circo e mais da metade da área na Pompéia será mantida verde" - enquanto isso, na sofrida e abandonada zona leste, em especial Guaianazes, a situação é caótica, e ninguém quer investir ali, pois as macacutáis já estão todas com certeza amarradinhas.
Durante a administração Luiza Erundina (1989-1992) - a secretária da cultura, era a filósofa Marilena Chauí - um grupo de jovens, envolvidos com arte e cultura, iniciaram uma luta, pela implantação da Casa de Cultura em Ermelino Matarazzo (tambem na zona leste), e não menos carente que Guaianazes - já se passaram seis prefeitos por S. Paulo, e até hoje a luta pela casa continua inglória e sem querer ser leviano, desafio qualquer leitor aqui, a apresentar qual projeto de peso que a filósofa Chauí apresentou e implantou na periferia de S. Paulo? Foi uma administração pífia, que só promovia eventos culturais no Teatro Municipal, Vila Madalena, Jardins, enquanto na periferia, como sempre, só sobrou futebol de várzea e por obra e graça dos próprios moradores.
Isso prova, que independente do partido que está no comando da prefeitura, parece que cultura de fato, não é artigo para pobre. Quero aqui, embora ela não tenha atendido a reivindicação da Casa de Cultura em Ermelino Matarazzo, fazer justiça à administração Marta Suplicy, que implantou os CEUs, que trouxe "um alento" à periferia, mas ainda é muito pouco, pois ai sim, ainda existe demanda reprimida.
É lamentável, que um terreno de 5.759m2, na Pompéia esteja servindo de litígio, para se implantar um circo, numa região que não existe carência de lazer, enquanto outras tem tão somente, um campinho de futebol de várzea, como uma ilha de excelência, dentro de uma mar de violência, onde ninguém quer enxergar isso.
Só me resta, pintar a cara, colocar meu nariz vermelho e chorar....pois não tem administração que dê jeito nessa palhaçada em que foi transformada a cultura em todas as esferas de poder
Fonte de consulta: Portal da Zona Leste
Publicada por Paulo Cavalcanti

Nenhum comentário:

Postar um comentário