domingo, 22 de maio de 2011

Demagogia política e interesses privados do agronegócio querem dividir a Bahia

Não é a primeira vez. Nos anos 1980, políticos da região cacaueira sensibilizaram a população do Sul da Bahia em torno da idéia do separatismo, com a criação do Estado de Santa Cruz. Os parlamentares baianos rejeitaram a proposta. O cacau entrou em crise e ninguém fala mais nisso. Agora, o ex-prefeito de Luiz Eduardo Magalhães e deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA) ganha visibilidade na mídia com o projeto de criação do Estado do São Francisco. A demagogia política se une desta vez aos interesses privados do agronegócio.

O novo estado teria 31 municípios, um PIB de R$ 10 bilhões. O golpe desta vez vem em forma de Decreto Legislativo convocando “plebiscito” para desmenbramento da Bahia. O deputado federal do agronegócio baiano manipula, ou quer manipular, o imaginário de 1,2 milhão de habitantes de uma região de fronteira agrícola, com 1 milhão de hectares de soja, 350 mil de agodão, 200 mil de milho e dois pólos de fruticultura, além de ser cortada por mais de 1 mil km do rio São Francisco. Está na hora do povo baiano reeditar a campanha “A Bahia não se divide” dos anos 1980, comandada pelo jornal A TARDE.

Parlamentares conscientes começam a tomar posição. O deputado Geraldo Simões (PT-BA), que na década de 80 militou contra a divisão da Bahia, vai logo avisando: “o caminho correto é o governo da Bahia levar o desenvolvimento para o interior, com portos, ferrovias e universidades”. Félix Júnior (PDT-BA) alerta que a região pode acabar ficando mais pobre e provocar grande custo administrativo. O deputado Sérgio Brito (PSC-BA) declara: “em princípio sou contra”.

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