domingo, 29 de maio de 2011

Onde existe corrupção há tucanos no meio

Escuta sobre esquema de Campinas cita tucanos

Políticos tucanos são citados em interceptações telefônicas feitas na investigação sobre suposto esquema de fraudes em Campinas (SP) envolvendo nomes próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O monitoramento, por agentes do Gaeco, braço do Ministério Público que combate o crime organizado e a corrupção, flagrou diálogos do empresário Luiz Arnaldo Mayer com interlocutores sobre contratos de interesse da organização criminosa.

No dia 11 de abril, às 9h27, Mayer fala com "homem não identificado", segundo a promotoria. Esse interlocutor sugere que Edson Aparecido, secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, José Henrique Reis Lobo, ex-presidente do Diretório Municipal do PSDB em São Paulo, e o deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP) estariam "intercedendo" nos negócios de outro empresário, José Carlos Cepera, apontado como líder do grupo que teria desviado R$ 615 milhões do Tesouro.

O Ministério Público não investiga os tucanos. Mas registrou a menção aos nomes na página 266 do relatório de inteligência que deu base para a Justiça decretar a prisão temporária de 20 suspeitos, entre eles Mayer e Cepera. Os políticos negam categoricamente relacionamento com os empresários. Eles se declararam indignados.

Uma sequência de dez grampos mostra os movimentos de Mayer, preocupado com os rumos de negócios relativos à Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). Mayer, que caiu na malha de grampos do Gaeco, é sócio-diretor majoritário da Saenge Engenharia de Saneamento e Edificações Ltda, com participação de R$ 17,5 milhões. A Saenge tem contratos com a Sabesp.

Nenhum comentário:

Postar um comentário