domingo, 22 de maio de 2011

"Os brasileiros vão liderar a nova onda da globalização"

Nos últimos 25 anos, o executivo William Green, chairman da consultoria americana Accenture, acompanhou de perto a evolução da economia global.

Por Rosenildo Gomes Ferreira - Revista Isto É Dinheiro

E também soube tirar partido disso. Sob seu comando, a Accenture, especializada em terceirização, tecnologia e gestão, avançou 60% e fechou 2010 com receitas de US$ 21,6 bilhões. Segundo ele, a subsidiária local foi vital para essa performance. Nesta entrevista exclusiva à DINHEIRO, Bill Green, como ele é mais conhecido, destaca os pontos fortes da economia brasileira. “Acredito que os brasileiros vão liderar a nova onda da globalização”, diz ele. Para Green, ao contrário da China, da Coreia do Sul e de outros países emergentes, a grande vantagem do Brasil foi ter viabilizado o surgimento de uma imensa classe média.

DINHEIRO – Na última década, uma série de empresas brasileiras saiu às compras nos Estados Unidos e na Europa. A lista inclui Camargo Corrêa, Friboi e Coteminas, por exemplo. O sr. acha que chegou a hora do Brasil no capitalismo global? 

BILL GREEN – O mundo se acostumou com as empresas americanas saindo às compras pelo mundo afora. Hoje, no entanto, não restam dúvidas sobre o apetite de grandes empresas de países emergentes. A tendência é de que um número cada vez maior de empresários estrangeiros coloquem em sua agenda o crescimento nos Estados Unidos. E acredito que os brasileiros vão liderar a nova onda da globalização. Muitas pessoas confundem países com empresas. Mas, vejamos, por exemplo, o caso da Espanha, que vive uma situação econômica delicada. No entanto, suas corporações, como os bancos BBVA e Santander, além da Telefônica, estão sólidas porque foram além das fronteiras espanholas e hoje têm condições de navegar com tranquilidade em meio aos desafios vividos em seu país de origem.

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