domingo, 29 de maio de 2011

Se Palocci cair, haverá castas políticas no Brasil


Entendo Lula e Dilma ao apoiarem Palocci com tanta veemência, cobrando apoio daqueles que se propuseram a ser aliados dos dois maiores líderes políticos do Brasil, um por sua liderança propriamente dita e outra pelo cargo que ocupa. Afinal, o que se está tentando fazer com o chefe da Casa Civil é lhe negar os mínimos direitos civis.

Esse fato já começava a ficar claro quando veio a público seu suposto “enriquecimento ilícito” através de matéria do jornal Folha de São Paulo. O jornal registra aumento patrimonial de vinte vezes em quatro anos sem informar que é comum que ex-membros de equipes econômicas do governo federal enriqueçam ao saírem dos cargos.

Nesse momento, começa a concessão de direitos “diferenciados” para petistas, de um lado, e para tucanos ou demos do outro. É imoral enriquecer rápido após passar pelo governo, mas só para petistas. Tucanos podem porque teriam mais títulos e mais experiência no setor financeiro. Então podem enriquecer 100 vezes no mesmo período que Palocci que “tudo bem” e não se fala mais nisso.

Agora, porém, veio o supra-sumo do absurdo. O crime que até há pouco mais de seis meses era passível de pena capital, na mídia, agora se torna irrelevante. Quebra de sigilo fiscal foi um tema que permaneceu por semanas a fio nas manchetes principais de primeira página com letras garrafais e em todos os telejornais, com matérias, às vezes, de VINTE MINUTOS de duração.

A então candidata Dilma Rousseff, ano passado, foi cobrada no ar, durante entrevistas ao SBT ou ao Jornal Nacional, por supostamente ter mandado quebrarem o sigilo fiscal da filha de seu adversário José Serra. A mídia, a cada minuto, soltava o nome de um envolvido, de um suspeito do “crime”, enquanto longos discursos sobre direitos civis enchiam as páginas dos jornais.

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