sábado, 14 de maio de 2011

Luta de classes em São Paulo; Gente diferenciada

O projeto de construção de uma estação de metrô em um bairro de classe alta de São Paulo gerou um conflito instigado pelas redes sociais, que tem os elementos clássicos da luta de classes.

Um grupo de moradores de Higienópolis, um bairro residencial da elite paulistana, se opõe à estação Angélica porque considera que o caráter popular do metrô é uma ameaça à exclusividade da região, enquanto outros residentes apoiam o projeto pela melhoria que representaria para o transporte urbano.

A empresa que administra o metrô de São Paulo anunciou nesta semana que está estudando, por razões “técnicas”, a mudança do local da estação, que faz parte do projeto da futura linha 6, o que foi o estopim da polêmica.

O anúncio foi interpretado como uma concessão à associação de moradores que havia recolhido 3,5 mil assinaturas contra o projeto no bairro, batizado de “Higienópolis no século XIX”, porque apresentava condições de saneamento básico dificilmente encontradas em outras partes da cidade.

As explicações das autoridades não conseguiram convencer boa parte dos paulistanos, que se lançaram às redes sociais para mostrar seu descontentamento. “É tão fácil resolver o problema: façam uma entrada principal e uma de serviço”, escreveu uma mulher em seu perfil no Twitter.

Já o Facebook serviu de plataforma para convocar um “evento popular” em Higienópolis, que teve a presença confirmada de mais de 50 mil pessoas, sob o slogan “Churrasco para gente diferenciada”, em referência ao suposto comentário de uma moradora do bairro que classificou os usuários do metrô com esse termo.

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