domingo, 3 de julho de 2011

Massacre do Corumbiara ganha destaque em audiência na CCJ

No dia 27 de maio de 2011, Adelino Ramos foi executado na cidade de Vista Alegre do Abunã (RO), ao que tudo indica, em represália por denunciar a extração ilegal de madeira na região. Adelino era lavrador, líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), e sobrevivente do Massacre dos Corumbiara, um dos piores episódios na história do país de crime por terra.

O assassinato de Adelino foi o último de uma semana marcada por crimes no campo. No dia 24, foi morto em uma emboscada o casal de castanheiros José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (PA), que também lutavam em favor do meio ambiente, e no dia 25, foi encontrado o corpo de Herenilton Pereira, morador do mesmo assentamento.

As tragédias recentes reacenderam o debate sobre reforma agrária e provocaram a reação de parlamentares em busca de uma resposta do Legislativo aos conflitos do campo e à impunidade dos crimes contra trabalhadores rurais, especialmente nos Estados do Pará e Rondônia. Com esse espírito foi realizado na tarde do dia 28, audiência pública conjunta das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), no Plenário 1 da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Conforme pontuado pelo deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da CCJC e mediador da primeira parte da audiência, é imprescindível que o “governo enfrente” este debate. “O Brasil já convive há muitos anos com a morte no campo. Então, este debate serve um pouco para provocar a gente no íntimo. Mas, que dessa provocação surjam iniciativas e medidas no tamanho da nossa ação e responsabilidade para uma reação", disse o deputado.

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