Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
São Paulo – Após cinco anos, o movimento das Mães de Maio promete denunciar o Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA) pela falta de investigação a respeito de 493 assassinatos no estado de São Paulo. De 12 a 20 de maio de 2006, pelo menos 122 pessoas foram mortas com indícios de execução sumária praticada por agentes de segurança pública.
“O que aconteceu em São Paulo foi um crime de lesa-humanidade”, acusa Débora Maria da Silva, mãe de uma das vítimas e integrante do Movimento Mães de Maio. "Nem a ditadura no país matou tanto", diz.
A possibilidade de recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), subordinada ao sistema da OEA, é adotada por movimentos sociais em temas nos quais o Judiciário e os poderes encarregados de investigação do país não asseguram a apuração de crimes. Nos últimos seis meses, duas sentenças da corte tiveram o Estado brasileiro como alvo, uma sobre a Guerrilha do Araguaia e outra a respeito do licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte.
As mortes são atribuídas à reação da polícia paulista a ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 12 de maio de 2006, uma onda de crimes e rebeliões em 74 presídios foram promovidos por integrantes da organização criminosa que atua no interior dos presídios paulistas. Os crimes desencadearam uma resposta das forças policiais do estado, com denúncias de violações de direitos humanos e execuções sumárias praticadas por agentes policiais contra "suspeitos" de envolvimento com os episódios.
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