Evidentemente, não há outra classificação para esta manchete,
a principal da 1ª página do Folhão de hoje: "SP tem 661 mil pedidos
médicos na fila de espera". Tudo bem, é notícia - e triste -, mas lendo-se
a matéria descobre-se que se trata de uma lista só da Prefeitura da capital, de
pacientes inscritos para atendimentos em órgãos de saúde municipais.
Por que a Folha de S.Paulo não dá a lista do Estado? Os
corredores dos hospitais públicos e demais instituições de saúde estaduais
estão cheios de pacientes e de macas com doentes à espera de vagas para
tratamento e internação.
É só conferir no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, na capital (HC-FMUSP), e nos outros hospitais públicos do
Estado na capital e no interior, para ver o apagão, o estado de calamidade
pública a que chegou a saúde em São Paulo nestes 20 anos em que o Estado é
governado pelos tucanos.
Jornal parece querer
proteger o governo tucano. Será?
Parece. Mas, assim, da forma como a Folha dá a notícia
abordando os pacientes à espera por atendimento nos hospitais e postos de saúde
da capital, parece proteção ao governo tucano do Estado - será ?!!! - e um
ensaio de que vai fazer oposição declarada ao novo prefeito paulistano,
Fernando Haddad (PT).
Sem lhe dar sequer aquela trégua que os jornalões costumam
dar às autoridades que chegam, para que elas digam a que vieram.
A propósito e embora os assuntos sejam tristes, um leitor
deste blog conta hoje que viu na GloboNews
que os responsáveis pelas ONGs integradas à Rede Nossa São Paulo vão
entregar ao prefeito Haddad os resultados da pesquisa Indicadores de Referência
de Bem-Estar no Município (iRBEM) e cobrar-lhe o descalabro da segurança
pública em São Paulo. Só que o responsável pela segurança pública paulista é o
governo do Estado...
Os dois pesos e duas medidas de sempre
O mesmo leitor contou ter comprovado os dois pesos e duas
medidas com que o Sistema Globo de Comunicação se porta em relação aos governos
que apoia e os do PT aos quais faz oposição.
O leitor disse ter visto na Globo News que o ex-prefeito de
São Luis/MA João Castelo deixou o material escolar enviado pelo Ministério da
Educação apodrecer. E que outro prefeito, este de Meridiano (SP), Aristeu
Baldin, mandou uma ambulância da cidade percorrer 2 mil km, levando a mudança
da filha de uma funcionária municipal.
Nos dois casos, a GloboNews não informou o partido dos
prefeitos. Eles são do PSDB. Já se fossem prefeitos do PT, vocês sabem...
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