Na falta de um candidato competitivo da oposição até agora,
setores da mídia resolveram lançar dois candidatos do PT, Dilma e Lula, em mais
uma tentativa de jogar um contra o outro.
Estão perdendo seu tempo. Dilma é a candidata de Lula à
reeleição desde a sua vitória em outubro de 2010, quando já começavam as
especulações na imprensa sobre a sua possível volta em 2014.
Numa das últimas conversas que tivemos no Palácio da
Alvorada, logo após a vitória de Dilma, o então presidente Lula apresentou dois
bons argumentos para justificar sua decisão de não mais disputar eleições.
"Em primeiro lugar, quem me garante que seria eleito? Em
segundo lugar, se eleito, quem me garante que teria condições de fazer um bom
governo e sairia com a mesma aprovação popular de agora?".
Podem chamar Lula de tudo, menos de burro. Nenhum outro
presidente da República deixou o cargo com mais de 80% de aprovação depois de
eleger para sucedê-lo sua ministra Dilma Rousseff, que nunca havia disputado
uma eleição. Para que arriscar, se já havia passado para a História?
A alta aprovação popular de Dilma e de seu governo até agora
é também uma vitória de Lula e nada indica que ele tenha mudado de posição após
a nossa conversa no Alvorada.
Mil vezes ele já desmentiu a intenção de se candidatar, mas
não adianta. Qualquer movimentação de Lula é apontada como tentativa de voltar
em 2014.
Ainda nesta segunda-feira, este foi o tema mais tratado pelos
jornalistas com os principais assessores do ex-presidente no Instituto Lula.
Todos negaram que Lula tenha intenção de se candidatar na próxima eleição
presidencial.
"Na disputa federal, Lula vai gastar toda sua energia
para a manutenção da aliança entre PT, PMDB e PSB", disse o ex-ministro da
Secretaria de Direitos Humanos e diretor do Instituto Lula, Paulo Vanucchi.
Segundo o ex-ministro, Lula também não pretende disputar a eleição de 2018 e
não se opõe a apoiar uma candidatura de aliados do PT.
Na mesma linha, o diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo
Okamotto, também negou que Lula tenha qualquer plano de se candidatar
novamente.
"A nossa candidata em 2014 chama-se Dilma Rousseff.
Vamos trabalhar pela sua eleição, para que a gente continue neste governo
extraordinário que, apesar das dificuldades, pode fazer muita coisa pelo
Brasil.
O fato de Lula descartar qualquer candidatura, não quer dizer
que ele tenha se aposentado da política.
Ao contrário, como um dos principais líderes políticos do
país, Lula continua em plena atividade, como mostrou ainda hoje ao abrir o
seminário sobre os rumos da América Latina promovido pelo seu instituto com a
participação de membros do governo e autoridades convidadas de outros países da
região.
Da mesma forma como não deixou de participar de debates e
reuniões políticas aqui e no exterior, empenhando-se para valer na última
campanha municipal, apesar do duro tratamento contra um câncer na laringe, Lula
voltará a percorrer o país a partir de fevereiro para discutir com segmentos e
grupos sociais as mudanças que ocorreram nos dez anos de governos petistas.
O que Lula quer é defender em contato direto com a população
o legado do seu governo, duramente atacado pela mídia desde o julgamento do
mensalão e com as revelações da Operação Porto Seguro.
Assim ele se prepara para ser, em 2014, o maior cabo
eleitoral da candidatura de Dilma à reeleição. O resto é poesia ou má-fé.
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