terça-feira, 31 de julho de 2012

Alckmin e PM: Dois crimes iguais e tratamentos diferentes

Esse blogueiro, sempre bate na mesma tecla, no sentido das "evidências" explicitas do conluio que existe entre a imprensa e o governo tucano de S. Paulo. Existe um "protocolo" velado, onde Geraldo Alckmin, nunca é acossado pelos jornalistas, quando ele dá uma entrevista não existe a chamada "contradita" - ou seja, as intervenções dos jornalistas no sentido de fazer cobranças pertinentes à função e responsabilidades inerentes ao cargo maior do Estado. Na verdade as "entrevistas" são um "comunicado ao público" - pois ele determina, que aquilo é a pura expressão da verdade, e jornais e jornalista acatam desta exata maneira.

Os fatos contundentes e inquestionáveis
São Paulo: Na noite quarta feira (18)- o publicitário Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, foi assassinado numa ação policial. Câmeras na região de Pinheiros, na Zona Oeste de S. Paulo, registraram a perseguição policial que terminou com a morte. Foram cinco tiros no vidro dianteiro do carro, que de tão perto que foram disparados, capsulas de bala, foram encontradas dentro do veículo.

Santos: Um jovem de 19 anos morreu e outros dois ficaram feridos depois de uma perseguição policial durante a madrugada desta quinta-feira (19) no Morro São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo. Seis jovens estavam em um carro que não obedeceu à solicitação de parada da Polícia Militar e foram atingidos com mais de 25 tiros.

Diferenças gritantes no tratamento do assunto

Ontem à noite, o governador de São Paulo Geraldo Alckmim (PSDB), anunciou que vai indenizar a família do publicitário morto em uma ação policial na noite de quarta-feira. Um oficial da PM foi até a casa da família do publicitário para pedir desculpas. Fato tão inverossímil, que só vendo pra crer, pois alguém ir ao teu portão, pedir desculpas por haver matado seu filho, é duro de engolir.

Já no segundo caso, em que 25 tiros foram disparados contra um carro com seis jovens, sendo que um deles com 19 anos foi morto em Santos, nenhum lamento institucional, a não ser das famílias, e o governador sequer cita o caso, ou fala de indenizações. A única medida concreta, foi que sete PMs foram presos em flagrante. Cujas declarações de Alckmin, foram essas: “Quero, em nome do estado, trazer o nosso profundo sentimento, a nossa solidariedade à família do Ricardo Aquino por essa morte trágica. Garantir a rigorosíssima apuração, detalhada, e a punição exemplar”.

Crime de rico, crime de pobre

Se a Constituição Federal, reza que "todos são iguais perante a lei" - não é bem isso que tem ocorrido já há três décadas. Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que a abordagem policial, em especial a da PM de S. Paulo, já fazem décadas que vai sempre na linha do "atira primeiro e pergunta depois" - e as tratativas, em especial nesses dois lamentáveis episódios, são prá lá de diferenciadas e gritantes.

No caso do publicitário, o governador do estado, e o comandante geral da PM, se adiantaram em "esclarecimentos" - bem como no fato da indenização do Estado para a família da vítima. Já no segundo, tudo foi tido como normal.  Até quando, o Estado irá oferecer tratativas de cidadão de 1ª e cidadão de 2ª, classificando ambos, pela classe social a qual pertencem?

Duas décadas de conluio, imprensa x tucanos
Qualquer mandatário do PSDB, em território nacional, JAMAIS, terá tratamento de cobrança da imprensa calhorda onde 11 famílias controlam a opinião pública nacional.

Sem querer aqui, fazer chorumelas de quem possa estar na oposição a eles, mas em se tratando de S. Paulo por exemplo, vamos imaginar uma situação hipotética, onde o governador do Estado, fosse Aloysio Mercadante, Mata Suplicy, ambos do PT, ou mesmo a ex-prefeita Luiza Erundina do PSB, seriam certamente denunciados na Corte de Haia, ou mesmo na OEA, para explicar essa "chacina" - sim, pois não existe outro nome, para classificar uma ação, onde a PM, dispara 25 tiros, no carro em está sendo perseguido como suspeito, sendo que em ambos, nenhum dos tiros, foram em direção aos pneus.

Plantando provas falsas

 Uma curiosidade, que desmonta qualquer argumento, é o fato, de no carro do publicitário, os PMs, declararem haver encontrado maconha, e no carro dos rapazes da baixada santista, disseram encontrar duas armas, sendo uma de brinquedo.

Um detalhe: No primeiro caso, o condutor já estava morto, e se utilizando da máxima de que "morto não fala" - fica difícil crer na versão dos PMs. Já no segundo caso, após a lambança policial, o carro foi revistando longe da presença dos ocupantes, fato que também descaracteriza, a contundência das provas apresentadas.

É lamentável, que após 30 anos do fim da ditadura militar, as PMs em todos os estados, ainda estejam agindo com a truculência absurda que tem agido. A impressão que se tem, é que eles ainda não foram avisados que a ditadura acabou há três décadas.

A verdadeira situação da corporação policial

O que cobrar de um PM, que hoje tem um salário base, em torno de R$ 1.600 mil? O que esperar da disparidade entre um salário de um Comandante da PM, que deve ganhar algo em torno de R$ 15 à R$ 20 mil por mês, criando um fosso de pelo menos 10 vezes de diferença salarial entre um e outro? Um Comandante da PM, que vive encastelado em seu gabinete, com ar condicionado e cafezinho, enquanto o outro esta na linha de tiro, e completamente despreparado?
Com a palavra, o "picolé de chuchu" - Geraldo Alckmin, que sempre se apresenta nas entrevista, com o cabelinho empastelado com brilhantina, e com aquela cara de quem acabou de sair do banho, dando "soluções" que quase sempre tira da cartola, mas que porém, trata seus policiais militares e policias civis, assim como os profissionais de saúde e educação, como se tivessem um salário, que pudesse ser comparados com o seu, ou ainda como se estivéssemos na Suíça.
Sonhamos com um tempo, onde os cidadãos, não fosse classificados dessa forma, mas que todos cumprissem seus deveres, inclusive o Estado, e não ficasse fazendo demagogias baratas, em cima dos cadáveres que eles produzem diariamente. Até porque, os impostos pagos pelo cidadão, não justifica uma situação de flagelo quem que se encontram os salários e condições de trabalho, dos policiais, profissionais da saúde, e os professores, do Estado mais rico da federação.

Paulo Cavalcanti

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