Na semana passada, este blogueiro participou de um lauto almoço em que o prato principal foi a CPI do Cachoeira. O repasto veio com um ingrediente especial: picadinho de José Serra ensopado com molho de Paulo Preto e Delta.
O que posso relatar é
que vai se tornando inevitável que a CPI se debruce sobre os maiores contratos
da Delta em todo país, os contratos de São Paulo, os quais estão sob escrutínio
do Ministério Público.
A ocultação do escândalo
pela mídia, aliás, é criminosa. Um escândalo dessas proporções não aparece em
parte alguma devido ao envolvimento de alguns veículos que, inclusive, estão
cada vez mais próximos de ser acusados.
A convocação de Serra
seria, também, um desastre eleitoral para a sua cambaleante candidatura a
prefeito de São Paulo, recentemente ferida de morte pela crescente
desmoralização da administração Gilberto Kassab.
É nesse contexto que
entra Roberto Jefferson, o golden boy da mídia tucana, o patrono de toda
a sua cruzada contra o PT desencadeada em meados da década passada e que até
hoje constitui a grande aposta da oposição para ao menos se manter viva.
Jefferson, que teve seu
mandato de deputado cassado por não ter conseguido comprovar a existência do
mensalão e que, à época de sua denúncia, inocentou Lula, agora muda a versão e
tenta envolver o ex-presidente acusando-o de ser o mentor de tudo.
A acusação de Jefferson
está sendo fermentada pela mídia apesar de ser um nada, inverossímil e
descartável, pois, à época da denúncia do mensalão, a Polícia Federal e todos
os órgãos de controle investigaram Lula exaustivamente e nada encontraram.
A denúncia contra Lula
é tão débil que nem a peça delirante do ex-procurador-geral da República
Antonio Fernando de Souza, construída exclusivamente sobre suposições, ousou
sequer se aproximar do então presidente.
Todavia, como se sabe,
o mundo midiático não precisa de fatos para construir suas campanhas
difamatórias. É incontável o contingente de acusados pela mídia tucana que
depois foram inocentados pela Justiça, mas que foram punidos antes do
julgamento.
Um dos exemplos mais
candentes é o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, literalmente chacinado pela
mídia e contra quem a Justiça nada encontrou que justificasse a sua demissão além
das opiniões de pistoleiros midiáticos.
Como de costume,
portanto, não faltaram esses pistoleiros de Serra na mídia a saírem disparando
contra Lula por conta de uma declaração mal-explicada e sem qualquer elemento
probatório, amparada apenas nas palavras vazias de Jefferson.
Pelo que sabe este
blogueiro, porém, o esforço midiático é vão. O envolvimento de Serra e de
outros paulistas no escândalo do Cachoeira, serão inevitáveis. A própria
oposição, diante de fatos que ainda vão se tornar públicos, não terá como
sequer reclamar.
O mês de agosto de
2012, assim, ficará marcado como um dos períodos mais conturbados da história
política recente do país. Globo, Folha, Estadão e Veja já posicionaram seus
principais pistoleiros para abrirem guerra contra Lula e o PT a partir da
semana que vem.
Apesar do noticiário
massacrante, porém, o fato é que a direita midiática está às portas de
descobrir que o que começará a fazer a partir de agosto já era esperado e que,
por conta disso, seus alvos se prepararam muito bem.
Aguardem.
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