Assim falou à
desembargadora, num ato de confirmação da carteirada:
“Chegou um policialzinho que eu
vim aqui para denunciar, ele me empurrou e me agrediu. Mesmo eu me
identificando, eles assim mesmo desconhecem completamente o que é um
desembargador, o que é senso de hierarquia, o mínimo de respeito, nada. Isso é
uma arbitrariedade”, afirmou Iara Castro.
Quarta feira (12), de
madrugada, na avenida Paulista - SP, durante uma blitz da Lei Seca, a desembargadora
Iara de Castro e a filha que é advogada Roberta Sanches de Castro, foram
paradas, Roberta dirigia o carro, e se recusou a soprar o bafômetro, então
começou o espetáculo do famoso, "ô cê sabe cum quem tá falano?"
No resumo da ópera bufa, as duas foram para a Corregedoria da
PM, denunciar os policias por agressão. E os policias foram para uma delegacia
na zona oeste, para registrar um boletim de ocorrência por desacato - que num
arroubo de arrogância, alegaram que "os policiais desconheciam completamente
a hierarquia". Qual hierarquia cara pálida? Será que a arrogância da tal
desembargadora é tamanha, que pensa que é superior hierarquica dos policiais? É
o fim da linha.
Ambas alegaram achar o teste do bafômetro uma arbitrariedade.
O que dizer de declarações deste naipe, saindo da boca de
pessoas esclarecidas, cuja função é justamente fazer cumprir as leis?
O Brasil com 500 anos
Os leitores mais assíduos do meu blog, já devem ter lido
várias vezes aqui, esse comparativo que sempre faço, com relação à idade na
nossa cultura com apenas 500 anos.
Eu que sou especialista em nada, entendo que 500 anos,
significam muito pouco na história de um povo em termos culturais. Se levarmos
em consideração, que cada geração leva 50 anos, estamos na 10ª geração de uma
colonização portuguesa, que oferecia como castigo penal aos seus ladrões,
estupradores, e malfeitores, serem deportados para o Brasil. Portanto, a nossa
origem, nosso DNA, ainda está em fase de "depuração".
Uma "elite" que aqui se instalou, não abriu mão de todo
luxo, pompa e conforto, às custas de quase 400 anos de escravidão dos negros
africanos, portanto, estamos hoje, com pouco mais de 100 anos, ou um século de
abolição da escravatura, diga-se de passagem, fomos o último país do mundo, a
abrir mão deste flagelo.
Resultado, foi a "sindrome do pequeno poder" - que
por sua vez, gerou "as pequenas autoridades". São pequenas, pois
sempre apelam para a famosa carteirada, como foi o caso da desembargadora e a
filha nesse episódio ridículo. Afinal naquele espaço, naquela cena, a
autoridade máxima sem dúvidas era o policial, assim como dentro de um Fórum, se
houver um atrito entre uma desembargadora e um polícial, a autoridade máxima
será a desembargadora, e só ela, não quiz perceber isso....
São atitudes como essas, que nos levam a entender os meandros
do poder, a corrupção no país, e o fato do cidadão comum, que paga tantos
impostos para manter uma máquina pública que em tese deveria serví-lo, quando
se depara com as autoridades que deveriam dar exemplos, assistem a cenas
dantescas como essa.
Sejamos otimistas, pois mais 500 anos, iremos superar os
vícios de uma "elite" que sempre
pode tudo, mesmo que prá isso, tivesse que roubar, matar, humilhar.
Pobre do país que tem
autoridades com esse tipo de mentalidade.
Paulo Cavalcanti
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