Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O projeto do museu
interativo Memorial da Democracia foi apresentado pela primeira vez ao público
nesta terça-feira (26). O projeto é coordenado por Paulo Vannuchi, diretor do
instituto Lula, e conta com uma equipe liderada pela historiadora Heloísa
Starling, da UFMG, pelo designer Gringo Cardia e pelo arquiteto Marcelo Ferraz.
Heloísa explicou que
todo o projeto das linhas narrativas partiu da frase do presidente Lula de que
a democracia é uma conquista do povo brasileiro. A partir daí foram criadas
cinco linhas narrativas que contemplam desde as lutas de resistência dos
negros, passando pelas conjurações mineira, carioca e baiana e chegando à luta
contra a ditadura e aos movimentos mais recentes. Esse processo culmina na
ideia da democracia infinita, que é continuamente construída e ampliada.
Além dessa abordagem
histórica e interativa dos processos democráticos, que visa formar e informar
os visitantes sobre o que foi e continua sendo o processo de construção
democrática, o Memorial da Democracia abarcará também o acervo presidencial que
reúne documentos, cartas e presentes recebidos pelo ex-presidente Lula durante
seus mandatos. Lula considera que esse acervo deve ser público e estar
acessível a quem queira conhecê-lo e pesquisá-lo.
Essas duas diferentes
partes do museu estarão separadas arquitetonicamente, já que o projeto
desenvolvido por Marcelo Ferraz prevê dois blocos distintos, ligados por
passarelas. Dessa forma, o bloco principal e maior será ocupado pelo Memorial
propriamente dito, enquanto o bloco anexo e menor, abrigará o acervo
presidencial de Lula.
Gringo explica que a
ideia é que o acervo do museu não possa ser visto todo de uma vez só, fazendo
com que o visitante se torne um habitué do local. Ele destaca ainda que a
interatividade será um dos pontos fortes do museu. Por isso foram planejadas
atrações que permitam aos visitantes não apenas apreciar visualmente o que está
posto, mas interagir e personalisar sua experiência.
Ainda sobre o projeto
arquitetonico, Marcelo Ferraz explica que a entrada do memorial foi escolhida
como o coração do prédio. Ela será uma grande e agradável área de circulação,
quase uma extensão da via pública, onde as pessoas poderão interagir com
diversos equipamentos multimídia e ter acesso à biblioteca e midiateca. Há a
ideia ainda que esse espaço tenha um equipamento onde os visitantes possam
gravar depoimentos sobre sua visita ao museu. Ao sair do museu, a proposta é
que o visitante possa levar consigo um pequeno cartaz com fotos de fotógrafos
renomados e palavras e frases relacionadas ao tema da democracia.
As ideias colocadas
pela equipe na apresentação desta terça-feira fazem parte do projeto inicial do
memorial e ainda estão sujeitas a contribuições. Nesse sentido, a reunião teve
como objetivo ouvir uma diversidade de opiniões sobre o projeto e questões que
possam ser incluídas. Além dos conselheiros do Instituto, a plateia foi formada
por intelectuais, artistas, representantes de movimentos sociais, arquitetos e
pesquisadores convidados que deram contribuições para o desenvolvimento do
projeto.
Entre os convidados
para assistir e opinar sobre o projeto estiveram a ministra da Cultura, Ana de
Hollanda, o ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, o ex-ministro da Educação e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo,
Fernando Haddad, o ex-ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o
cientista político e professor da USP, Lúcio Kowarick, a psicanalista, Maria
Rita Kehl, os happers Gog e Rappin’ Hood e os presidentes da CUT, Artur
Henrique, e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia
Moreira.
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