quarta-feira, 11 de julho de 2012

Leia entrevista de João Paulo publicada pelo jornal Diário da Região

Na última quinta-feira, 5, o PT registrou as candidaturas de João Paulo Cunha à prefeitura de Osasco e Jorge Lapas vice. Após o evento, João Paulo concedeu entrevista coletiva à imprensa e, dentre os assuntos abordados, o petista falou que seria interessante ter um vice de outro partido porque complementaria a chapa, mas está "absolutamente satisfeito" com a indicação de Lapas. Ele ressaltou que as pesquisas de intenção de votos interessam, orientam e ajudam a organizar a campanha, mas não são definitivas e ainda adiantou que o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff em algum momento estarão em Osasco para manifestarem o apoio à sua candidatura. Confira abaixo a entrevista na íntegra. As três últimas respostas foram concedidas ao Diário da Região, no dia 30 de junho, durante a convenção do PT.

Diário: Aparentemente teremos seis candidaturas à prefeitura da cidade: PT, PTB, PSDB, PMN, PSD e PSOL. Quais deles teriam mais chances de vir para essa composição em um segundo turno?
João Paulo: Ainda é muito cedo para avaliar um segundo turno. A campanha não começou ainda e não sabemos direito como será o comportamento dos eleitores e das forças políticas da cidade. Mas temos uma primeira indagação: haverá segundo turno? Claro que ao sinalizarmos que queremos fazer uma campanha de paz, uma campanha discutindo os problemas da cidade, nós estamos também jogando as pontes para os partidos discutirem isso já no primeiro turno. Mas como vão se aliar temos que aguardar um pouco mais.

Diário: A presença do Osvaldo Vergínio na convenção do PT indica alguma aproximação para um possível segundo turno?
João Paulo: Foi o prefeito Emidio quem fez o convite para o Osvaldo ir à convenção e ele aceitou. Ele é da base do governo e nós o recepcionamos como um convidado deve ser recepcionado em nossa casa. Ele será sempre bem recebido em nossas atividades.

Diário: O que o senhor acredita ser crucial para levá-lo a um segundo turno?
 João Paulo: O que é crucial para ganhar a eleição. É uma composição de coisas. É o apoio do prefeito Emidio; a boa gestão que ele fez durante esses sete anos e meio; é o apoio do ex-presidente Lula (PT) e da presidente Dilma [Roussef - PT]; é o conjunto dos partidos aliados em torno desse programa Osasco Unida com a Força do Povo; é o conhecimento que temos na cidade. Esses conjuntos de ações é que levam à expectativa de que vamos ganhar as eleições.

Diário: Até que ponto o PT tentou tirar a vontade de Osvaldo Vergínio sair candidato a prefeito?
João Paulo: Desde o começo nós queríamos o PSD e até hoje. Se puder vamos ligar para o Osvaldo Vergínio e Lau Alencar dizendo que gostaríamos de tê-los em nossa coligação. O mesmo vale para o Délbio Teruel (PTB), para o Reinaldo Mota (PMN). São pessoas que, em muitos momentos, nós trabalhamos juntos e ficaríamos muito satisfeitos se eles viessem já no primeiro turno.

Diário: Temos três partidos saindo com chapa pura: PT, PSDB e PSD. Com isso, como o senhor analisa esse cenário político?
João Paulo: A composição da chapa vai muito das circunstâncias, por exemplo, gostaríamos muito que o nosso vice fosse de outro partido porque complementaria, mas o fato de ser nosso companheiro Jorge Lapas não tira essa qualidade. O Jorge é nascido em Osasco, tem relação com setores importantes e uma interação muito forte com praticamente todos os partidos. Ele vem agregar à chapa majoritária alguns valores. O Jorge tem qualidades que complementa as qualidades que tenho e vai ajudar demais porque ele carrega na memória os sete anos e meio de governo do nosso prefeito Emidio, ou seja, qualquer momento ele pode ajudar dizendo aquilo que não conseguimos fazer, o porquê não conseguimos e mostrando o que fizemos. E, ao mesmo tempo, apontando também coisas que precisamos fazer. Então essas qualidades do Jorge o indicou como vice.

Diário: O senhor ficou satisfeito com a chapa pura e indicação de Jorge Lapas?
João Paulo: Estou absolutamente satisfeito e muito satisfeito. Ele tem dado mostras que pode ajudar demais na campanha e, se Deus quiser, depois na administração.

Diário: Gostaria que o senhor comentasse a última pesquisa do Ibope.
João Paulo: A pesquisa serve mais para você se orientar. A pesquisa estimulada é muito mais lembrança de nome do que qualquer indicativo de resultado. Como estamos longe das eleições o que vale agora são as pesquisas espontâneas e qualitativas. Essa do Ibope pode ter um valor. Foi uma pesquisa feita só com 400 questionários, com uma margem de erro de 5%. É uma margem muito vulnerável porque se um candidato tem 20% e o outro tem 10% eles podem estar empatados com 15%. Gosto muito de pesquisa, mas precisamos tomar cuidado. Nem sempre é a primeira leitura a que vale. Já a enquete não tem valor científico. Vale para você saber uma opinião, mas respeito. O tempo mostra a verdade. O que terá que ser será. Não adianta querer precipitar algo que está um pouco adiante. A pesquisa interessa, orienta, ajuda a organizar a campanha, mas não é definitivo em nada.

Diário: O Lula e Dilma vêm para Osasco durante a campanha?
João Paulo: Os dois já manifestaram apoio. Agora é questão de aceitar. O Lula tem um problema de saúde que estamos acompanhando com muito cuidado. A presidenta Dilma tem uma posição relativamente afastada do processo eleitoral, mas ela pode vir aqui inaugurar um benefício qualquer de seu governo e, através dessa vinda, manifestar o apoio à candidatura. Acho que vamos ter a oportunidade nesses três meses de ter a presença dos dois aqui.

Diário: Como o senhor vai conseguir conciliar o trabalho como deputado em Brasília e a campanha em Osasco?
João Paulo: Semana que vem é a última em Brasília. Depois entra em recesso. Em agosto e setembro faremos uma agenda moderada com tempos curtos em Brasília. Se isso for confirmado não será necessário tirar licença, mas se for preciso posso me licenciar sem qualquer problema para me dedicar exclusivamente à campanha. Vamos analisar se haverá implicação ou não.

Diário: Como que o julgamento do processo do Mensalão vai impactar nessa campanha e a partir de qual momento isso começará a ser debatido na cidade?
João Paulo: O fato do julgamento do Mensalão ser realizado em agosto será enfrentado como qualquer julgamento, com a diferença que terá uma implicação política muito grande. Como sou o único réu candidato dentre os 38 é evidente que pode ter um olhar acentuado na disputa da cidade, mas do jeito que for pautado vamos discutir e debater. Não há nenhum receio de fazer esse debate. Estou bastante tranquilo sobre o resultado e se for, de fato, julgado e proclamado o resultado só espero que seja mais um elemento naquilo que é essencial para ganhar as eleições. Eu não tenho que me preocupar muito com essa situação porque eu sou réu, respondo pelos crimes que são imputados a mim, tenho advogado constituído, tenho a consciência tranquila e seguro que estamos fazendo a melhor defesa porque estamos com a verdade combatendo aquilo que não é verdade. Estou sossegado e não fico muito apreensivo com isso. Tenho plena confiança no Supremo. Acho que o Supremo é composto de juízes sérios e com muita experiência que não se deixarão, com certeza, se contaminarem por campanhas que vão tentar fazer.

Diário: Quando dizem que essa será uma campanha de paz vocês estão preparados para uma guerra?
João Paulo: Não vamos fazer uma campanha com ódio. Vamos fazer uma campanha com amor. Não faremos uma campanha com guerra, faremos uma campanha com paz. Não faremos campanha com calúnia e mentira, vamos fazer com a verdade. Eu sou muito calmo, mas eu também reajo. Do nosso lado não sairá uma flecha contra ninguém, mas, se uma flecha for atirada teremos que nos resguardar para que ela não fira ninguém. Não vamos ficar calados e imunes às calúnias que forem lançadas. Vamos ter pulso e firmeza para responder isso. Espero que não seja necessário. Quem nasce na periferia e mora em Osasco há 40 anos sabe um pouquinho responder aos ataques. O que não quero para os outros eu não quero para mim. Essa será a base. Com esse time nós vamos fazer com uma Osasco unida, com a força do povo, uma vitória significativa no dia 7.

Diário: Qual foi o segredo para conseguir reunir 20 partidos nessa aliança? É a maior coligação na história de Osasco.
João Paulo: É uma combinação de razões. A primeira é uma razão política, de confiança no projeto. Na realidade, circunstancialmente, eu represento o projeto, mas poderia ser qualquer outro companheiro nesse momento. A segunda coisa é também paciência. Paciência de conversar; dialogar; procurar sugestões e propostas. E a terceira é sinalizar para um novo tempo que chega em Osasco.

Diário: O que seria esse novo tempo?
João Paulo: Esse novo tempo é continuação do prefeito Emidio [de Souza], mas ao mesmo tempo são mudanças necessárias. Os partidos compreenderam isso e se juntaram em torno da união de Osasco.

Diário: Conhecendo os adversários qual é a leitura que o senhor faz da disputa?
João Paulo: Não vou me preocupar muito com adversários. A decisão nossa é não falar mal de ninguém. Quem tiver programa bom, independente do partido, deve ser incorporado pelo vencedor. Essa é a minha ideia. Eu vou disputar com muito respeito, mas ao mesmo tempo com muita disposição.

Entrevista publicada pelo jornal Diário da Região, no sábado, 7 de julho.
http://www.joaopaulo.org.br/eleicoes-2012/4475-leia-entrevista-de-joao-paulo-publicada-pelo-jornal-diario-da-regiao

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