quarta-feira, 11 de julho de 2012

A imprensa como partido político e o jornalismo de classe




O mausoléu da Barão de Limeira, mais conhecido como Folha de S. Paulo, parece que está em polvorosa, pois juntamente com seus "sabujos", viu se encomodada com as declarações do atual presidente da CUT - Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, bem como do novo presidente, Vagner Freitas.

Ontem (09/07), embora houvessem assuntos mais relevantes para a primeira página do jornal, a Folha optou pela seguinte manchete: "CUT ameaça ir às ruas em defesa de réus do mensalão" - dando conta que ambos declararam sobre aquele julgamento que acontecerá em agosto próximo: "Não pode ser um julgamento político. E se isso ocorrer nós questionaremos, iremos para as ruas". E hoje a "sabujona" de plantão, Eliane Cantanhede, vem à carga, em sua coluna na página dois, com o título: "Central Única dos Aloprados?" - leia aqui -  na mesma linha de ontem.

Esse blogueiro, especialista em nada pergunta: Existe algo diferente na posição dos dois representantes da CUT, que mereça uma chamada em letras garrafais na primeira de página do jornal do "mausoléu" da Barão de Limeira?

Os chamados "especialistas" em jornalismo, costumam dizer, que matéria só tem relevância, quando por exemplo, "um homem morde um cachorro" - pois ao contrário disso, jamais haverá relevância, e muito menos para ocupar uma primeira página de qualquer jornal.

Digamos que se a FIESP, Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo, através de seu presidente, tivesse dado essa mesma declaração que o presidente da CUT, aí então, seria de uma relevância astronômica, e mereceria destaque de primeira página de todos os jornais.

A prova que imprensa que virou partido político.

Em 2010, numa entrevista ao jornal O Globo a presidente da Associação Nacional de Jornais e executiva da Folha de S. Paulo, Maria Judith Brito, afirmou que o governo se incomoda com a imprensa, criticou fortemente o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos e fez a seguinte declaração: "A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."

Quando alguns orgãos de imprensa, viram quadrilha

O que esperar em termos de seriedade, de um jornal como a Folha de S. Paulo, cuja diretora executiva faz uma declaração pública, assumindo que: "obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada" - um pronunciamento no mínimo bizarro, onde trata seus leitores como perfeitos idiotas.

No bôjo desse quadro ora apresentado, vem a atuação do Grupo Abril, através da revista Veja, cujo proprietário é Roberto Civita, onde seu chefe de redação em Brasilia, Policarpo Jr. atuou em conlúio com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, onde plantavam notícias mentirosas na maioria das vezes com chamada de capas, e atraves deste expediente, derrubaram vários ministros e funcionários de alto escalão do governo. Chegando ao cúmulo de um jornalista daquela revista, instalar cameras de vídeo nos corredores do Naoum Plaza Hotel em Brasilia, para espionar o ex-ministro da Casa Civíl José Dirceu. Leia aqui entrevista com o gerente do hotel.  E só não invadiu seu quarto, graças ao ímpeto de uma camareira que o impediu, e toda a imprensa se calar sobre esse episódio, não precisa dizer à serviço de quem esse imprens está?

O episódio Lula x Gilmar Mendes

Esse foi outro "pastelão" da imprensa, que virou partido político, e sempre dando um tiro no pé, esse foi só mais um. No dia 28/05 - a mesmíssima revista Veja, acuada pelo escândalo Policarpo Jr. Carlinhos Cachoeira, sai com essa pérola, referente a um encontro entre Lula, Gilmar Mendes, ministro do STF, e o ex-ministro Nelson Jobim, no escritório do último. A curiosidade, ficou por conta da data do encontro, que havia ocorrido um mês antes da publicação do "pseudo grande furo", uma vez que estava claro que no desepero, ela resolveu atacar. Leia aqui, matéria sobre o assunto neste blog

No tal "furo" - eles alegavam que Lula havia pedido à Gilmar Mendes para postergar o julgamento do processo do mensalão, para depois das eleições municipais de outubro - leia editorial da Folha aqui, leia editorial do Estadão aqui. O pastelão é tão inverossimil, que num ataque de sabedoria infinita, eles sempre apostam que os leitores são imbecís, pois alguns fatos não contribuiam para a veracidade dos fatos alegados por Veja. E o tempo todo, "tentam" cumprir o papel de partido político de oposição.

Os Ministros do STF, são onze, sendo que seis foram nomeados por Lula, inclusive Joaquim Barboza, relator do processo do mensalão. Já na gestão Dilma, outros dois foram nomeados, ou seja, em tese, Lula teria oportunidade de conversar com oito, dos onze ministros, e óbvio que essa cooptação nunca foi realizada, e aqui entra a perguntinha burra: Quais as razões, que levariam Lula, a procurar justamente aquele que foi seu opositor e algoz durante duas gestões? Quem é Gilmar Mendes hoje no STF? Somente um ministro, nada mais que um voto. Qual o grau de influência de Gimar Mendes, se não é Presidente do STF, ou ralator daquele processo? Nenhuma!

O factóide, durou dois dias e a imprensa enquanto partido político, continua patinando, pois perdeu seu rumo, e hoje, não consegue ser um coisa e nem outra.

Fato que preocupa pois todos perdem com isso, a democracia sai fragilizada nessa relação, onde não existe oposição, tão pouco imprensa comprometida com a verdade dos fatos.

Como NÃO somos um país laico, apelo para uma paródia da frase nas notas de reais que circula pelo Brasil à fora: "Que Deus, nos acuda!"

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