Em março, presidenta vai receber sindicalistas para discutir
temas como redução da jornada e fim do fator previdenciário. Reunião de hoje
abordou ainda sistema financeiro e Comissão da Verdade
Por: Redação da Rede Brasil Atual
Representantes da CUT recebidos pela presidenta Dilma para
debater pautas de reivindicações dos trabalhadores (Roberto Stuckert Filho/PR)
Brasília – O presidente da CUT, Vagner Freitas, que foi
recebido hoje (5) pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, pediu
ajuda para que os sindicalistas tenham voz na próxima cúpula do G20, que
ocorrerá em 5 e 6 de setembro, em São Petersburgo, na Rússia. Segundo ele,
Dilma disse que vai trabalhar para que uma delegação sindical internacional
tenha direito de fala na reunião da cúpula e também para que os líderes
sindicais sejam recebidos pelos chefes de estado.
“A presidenta se
comprometeu a ser a interlocutora do nosso pedido porque concorda que a crise
financeira internacional não pode ser colocada como responsabilidade da classe
trabalhadora”, disse Vagner. Além dele, participaram da audiência o
secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o secretário de Relações Internacionais,
João Felício, a vice-presidenta, Carmen Foro, a secretária da Mulher
Trabalhadora, Rosane da Silva, o secretário de Organização, Jacy Afonso, o
secretário de Finanças, Quintino Severo, e o secretário de Políticas Sociais,
Expedito Solaney.
Ainda pelo relato dos sindicalistas, Dilma aceitou proposta
da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
para realizar uma conferência nacional sobre o setor – a presidenta teria
sugerido ampliar a pauta e incluir o tema direitos do consumidor. Além disso,
determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que receba o presidente da
entidade, Carlos Cordeiro, para discutir o processo de reestruturação e as
demissões na área financeira.
"A presidenta da República não só concordou com a
proposta, como disse que vai trabalhar por ela e propôs ampliar a abrangência
da conferência nacional. Além da discussão do papel dos bancos, da ampliação e
do barateamento do crédito, a presidenta quer debater também na conferência os
direitos dos consumidores, tanto no que diz respeito aos juros do cartão de
crédito, do cheque especial e das tarifas, quanto em relação ao consumo das
novas classes emergentes de todos os tipos de serviços, incluídos os dos
celulares e telecomunicações em geral", disse o presidente da CUT.
Diálogo
Ele também conversou com Dilma sobre a importância do diálogo
permanente com os representantes dos trabalhadores e pediu a ela que recebesse
a pauta das centrais, após a marcha que será realizada em Brasília no 6 de
março, com expectativa de reunir 40 mil trabalhadores.
Dilma aceitou o pedido e vai receber uma comissão de
dirigentes de todas as centrais que participarão da marcha – além da CUT, Força
Sindical, Nova Central, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB),
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e União Geral dos
Trabalhadores (UGT). A expectativa é reunir 40 mil trabalhadores. A pauta dos
trabalhadores prevê o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de
trabalho para 40 horas semanais, o destravamento do processo de reforma agrária
e uma política de valorização dos salários dos aposentados.
Vagner Freitas disse que a presidenta não adiantou nenhuma
avaliação sobre que pontos da pauta dos trabalhadores poderão ser atendidos.
"Na negociação é que vai haver a discussão sobre os possíveis avanços",
explicou. "A presidenta não disse que vai concordar, ela disse que a
negociação com o movimento sindical é bastante importante, porque representa os
trabalhadores, e que ela vai dar essa importância nos recebendo.”
No encontro com dirigentes da CUT, Dilma ressaltou a
importância da central. "A CUT chegou onde chegou porque teve um olhar
para a sociedade como um todo.” Também falou da necessidade de interlocução com
os movimentos sociais para continuar o processo de transformação social do
país. O secretário-geral da central lembrou que as medidas de desoneração
implementadas pelo governo precisam ser acompanhadas de contrapartidas sociais,
como as de proteção ao emprego.
Os dirigentes cutistas também saíram do Planalto com a
garantia de que o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, em maio do
ano que vem, terá uma parte específica sobre perseguição aos trabalhadores
durante a ditadura. "Estava faltando esse capítulo", comentou
Solaney.
Com informações da CUT, da Contraf e da TVT
Nenhum comentário:
Postar um comentário