Marina Silva é aquela
moça que, tal qual o Cristovão Buarque, largou suas bases e o lugar onde foi
criada politicamente, para se render (e vender) ao canto da sereia midiático.
Ela foi ingenuamente
engolida pelo rolo compressor da Globo e da Veja, que a escolheram como
queridinha da vez, contra o "império do mal" protagonizado pelo PT.
Obviamente o
imprensalão nunca lembrou de contar para o povo brasileiro que o "império
do mal" não era só do PT, e que o tal mensalão nasceu nas manjedouras
tucanas e se espalhou pelo país todo pegando aí sim, inclusive o partido de
Lula.
Mas quem quiser lógica,
que compre um livro do Stephen Hawking. Política e imprensa no Brasil
prescindem de lógica e coerência. O imprensalão não se vê obrigado a falar a
verdade, se a verdade não o favorecer. E a oposição... bem, a oposição está
fazendo o papel dela.
Marina, como que tendo
"percebido" (só agora?) que foi enganada pelo pessoal do Partido
Verde, resolveu criar sua própria legenda. E o Brasil tem tão poucos partidos
que mais um será sempre bem-vindo. Pelo
que se pode notar, a "rede" como eles o chamaram, fará igual fez o
Flamengo tantas vezes nos campos. Pega uma meia dúzia de jogadores estropiados
e os coloca no gramado. Eles tem nome, mas não jogam coisa alguma.
Na fila do gargarejo
estão os dinossauros ameaçados de extinção como Eduardo Suplicy (que quase não
se elegeu no último pleito) e Heloisa Helena, aquela que fala pelos cotovelos.
Também foram convidados um punhado de sem votos de toda coloração partidária.
Desde o PDT até o PSDB. Como dissemos, se quiser lógica, compre um livro do
Hawking.
Eles pretendem ser um
partido de "limpinhos". E isso é um perigo. Se a política é o
chiqueiro que eles tanto apregoam, macacos me mordam se eles vão conseguir
fazer alguma coisa sem os fabulosos financiamentos escusos tão comuns aos
outros porcalhões do Congresso. Na minha modesta opinião, não passa de jogada
de marketing pra sobreviver politicamente. Os motivos são vários. Alguns
partidos inclusive não darão mais legenda para certas pessoas disputarem
cadeiras no parlamento, quando têm quase certo que eles perderão. A saída é ir
para um lugar onde a concorrência seja baixa e ao invés de "mais um",
você seja "o cara".
A trupe esquisita a
enfeitar a Rede será divertida de se analisar. Claro que convém não perguntar
coisas inconvenientes tipo "como é que seu ex partido sendo pobre, lhe deu
tanto dinheiro e jatinhos pra passear pra baixo e pra cima nas últimas eleições
presidenciais", para a pessoa de Marina, nem coisas do tipo "se a
sra. não queria que Lula fosse eleito, porque não saiu do PT antes de ele
vencer as eleições em 2002 e preferiu esperar a enxurrada de votos que o
partido receberia e da qual, a sra. também se beneficiaria" para a falastrona
Heloisa Helena.
Hawking teria
dificuldades em explicar o que se passa na cabeça do pessoal de uma parte da
esquerda do Brasil. Esquerda da conveniência e da serventia. Acabou a
utilidade, todos pulam fora.
Os errantes do Walking
Dead não fariam papel melhor que nossos intrépidos políticos da Rede. São
velhos, desfigurados e vagam pelo mundo da política em busca da sobreviência de
cada dia. O triste é que o destino dos errantes não costuma ser tão aprazível quanto a propaganda inicial dada pelo imprensalão
brasileiro, costuma mostrar.
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