São tantos os desafios que o Partido dos Trabalhadores
enfrentará em 2013 que corremos o risco de não celebrar com a merecida
importância a chegada dos nossos 33 anos, que aconteceu no domingo, dia 10 de
fevereiro. Se, por um lado, ainda estamos eufóricos com uma vitória maiúscula
nas urnas no último pleito, não podemos sucumbir à tentação da euforia e
subestimar os imensos obstáculos a transpor.
A luta para transformar o Brasil num país a cada dia mais
justo, fraterno e plenamente desenvolvido nunca foi fácil, e não temos a ilusão
de que vá assim se tornar. Temos muitos aliados, mas também inimigos poderosos.
Em 2013, comemoramos os dez anos de governo democrático e
popular na Presidência da República. Trata-se da coroação de uma política que
construímos desde 1979, implementada com estrondoso sucesso pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff, com o
apoio da nossa base aliada. Honra-nos o fato de que até nossos críticos
reconhecem os avanços que nossos governos trouxeram para o país.
Mantemos desde o início o foco em combater as desigualdades
sociais. Desde que chegamos ao poder, demonstramos que é possível colocar na
prática o propósito que sempre nos norteou. Milhões de brasileiros deixaram a
linha da pobreza. A autoestima do povo brasileiro foi recuperada. Hoje, ele é
protagonista de um novo tempo e de uma nova história.
Priorizando os mais pobres, nossos governos expandiram a
economia do país, gerando mais de 18 milhões de empregos formais, aumentando
significativamente a renda dos trabalhadores, gerando inclusão social e
diminuindo o flagelo da miséria. A inflação foi controlada, diminuímos a
relação entre a dívida e o PIB e a vulnerabilidade externa, além de passarmos
de devedores para credores do FMI.
Comemoramos ainda o fato de o Brasil ter mudado de patamar no
cenário internacional. Sob a liderança de Lula e Dilma, hoje somos respeitados
como potência econômica e referência quando se fala sobre diminuição das
desigualdades.
Quando o concerto das nações discute o futuro da África, a
questão palestina e os rumos da América Latina, as vozes do operário que chegou
à Presidência e da mulher que galgou o mais importante posto da República
sempre ressoam mais alto. Nenhum outro mandatário brasileiro obteve tanta
respeitabilidade no exterior quanto os dois.
Como se vê, os motivos para comemorar os 33 anos do PT são
muitos. Destaco com especial carinho o fato de o nosso partido ter eleito a
primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Sob sua enérgica batuta,
o país reduz juros, diminui os preços de energia, amplia o emprego, enfrenta as
carências históricas na área de infraestrutura, sem deixar de lado a prioridade
nos investimentos para educação e assistência social.
O ano de 2013 será especial para o PT. Nele, vamos
intensificar a luta pela reforma política, promovendo uma campanha de coleta de
assinaturas para implementar, entre outros pontos, o financiamento público
exclusivo de campanhas eleitorais.
Vamos também manter nossa luta pela ampliação da liberdade de
expressão, focando principalmente na regulamentação dos artigos da Constituição
que tratam do assunto.
Outra agenda do PT que torna 2013 um ano essencial para nós é
a preparação --paralelamente às eleições diretas dos novos dirigentes
partidários-- do nosso quinto Congresso Nacional, marcado para fevereiro de
2014. Vamos debater nossos erros e acertos e focar os desafios para chegarmos a
uma sociedade socialista e democrática.
Enfim, o PT completa esses 33 anos pronto para se apresentar
renovado para o futuro.
RUI FALCÃO, 69, é presidente nacional do PT e deputado
estadual em São Paulo
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