A Rede Globo fechou o ano de 2012 com a demissão de 243
radialistas e 42 jornalistas no Rio de Janeiro. E estas dispensas acontecem
mesmo que a emissora tenha assinado acordo no Ministério Público do Trabalho que
a obriga a contratar – entre fevereiro de 2012 e de 2013 – 150 jornalistas e
radialistas para acabar com o excesso de horas extras – muito acima do limite
legal — dos profissionais de suas redações.
O número de dispensas foi levantado pelo Sindicato dos Jornalistas
do Município do Rio e pelo Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, através
das rescisões homologadas. As duas entidades trabalham em conjunto e em contato
com a Procuradoria do Trabalho, para que a emissora cumpra com o acordo.
Até a metade de janeiro foram declaradas, pela empresa dos
Marinhos, cerca de cem contratações – com comprovante anexado ao processo
iniciado pelo Ministério Público. A grande maioria destes postos de trabalho é
da categoria de radialistas. Além disso, algumas das contratações anexadas à
ação civil são para vaga de contínuo.
A Rede Globo pode estar tentando driblar o acordo, porque as
contas não fecham. E, função disso os dois sindicatos estão em contato com os
promotores responsáveis pelo caso. Os jornalistas da empresa relatam que não
percebem qualquer aumento no número de funcionários nas redações. O que aumenta
sempre, dizem eles, é a carga de trabalho.
O acordo na Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, assinado
em dezembro de 2011 e revelado pelo Sindicato dos Jornalistas na edição 36 de
seu informativo impresso, remete a uma ação civil pública de 2005. O Ministério
Público, após solicitar à Globo cópia do controle de frequência de empregados,
encontrou casos de funcionários com expediente de 19 horas por dia, desrespeito
ao intervalo mínimo entre expedientes (11 horas) e não concessão do repouso
semanal remunerado.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de
Janeiro
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