Lá se vão os anos. Revivendo nosso momento de fundação –
comemorado no próximo domingo, dia 10 de fevereiro – me dou conta de que os
fatos da atualidade atropelaram os sonhos do passado. O Brasil, da década de
80, ano da nossa consolidação, não existe mais. Hoje, somos outro País, com
democracia, liberdade, avanços econômicos e menos desigualdades.
Se naquela época fazíamos panfletos em mimeógrafos para dizer
“Fora FMI”, hoje disparamos e-mails e postamos no Facebook nosso apreço e
auxílio às nações vizinhas. As resoluções partidárias que antes eram enviadas
pelo Correio deram lugar às postagens em blogs e sites. Se falávamos em
inflação, aumento do déficit público e crescimento da dívida externa e interna
– hoje, no Twitter, festejamos patamares de primeiro mundo em no máximo 140
caracteres.
Trinta e três anos se passaram. Nesse tempo elegemos, além do
primeiro operário presidente, a primeira mulher presidenta, deputados
estaduais, federais, senadores, prefeitos e vereadores. Muitos se foram, outros
se perderam pelo caminho, oportunistas e aventureiros se aproximaram, e o PT se
transformou em experiência de luta, organização política dos trabalhadores e
modelo para outros países.
O Brasil foi mudando e
nós do PT também. Não abandonamos nossos sonhos de um mundo igualitário,
possível, com inclusão social, sustentabilidade econômica, social e ambiental,
mas optamos pelo caminho da união com alguns setores até conservadores, para
poder fazer as mudanças que tanto o Brasil almejava.
A partir de metas ousadas, tiramos cerca de 40 milhões de
brasileiros da miséria. Soubemos aliar equilíbrio financeiro com ampliação da
oferta de serviços públicos à população e, ao mesmo tempo, colocamos em prática
uma política de investimentos que tirou do discurso o potencial econômico do
país sem descuidar do respeito ao meio ambiente. O Brasil não é mais o país do
futuro, ele é o país do presente. São mais de três décadas fazendo história. E
não há quem faça história sem percalços, sem erros. Sabemos que ela muitas
vezes não se justifica, mas está escrita para ser pensada e avaliada, como
estamos fazendo agora com o PT.
Que continuemos
ousados e radicais, na busca pela democracia como valor universal e na
incessante luta contra a pobreza. Valeu ousar. Valeu ter feito. Temos que
festejar intensamente esses 33 anos de muitas lutas e conquistas.
Adeli Sell
Postado por O TERROR DO NORDESTE
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