segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mais uma prova do horror dos governos do PSDB à transparência


Acreditem se quiser: é uma pena e uma inconstitucionalidade, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vetou projeto de lei de autoria do deputado Geraldo Cruz (PT), aprovado na pela Assembleia Legislativa, que simplesmente estabelecia a obrigatoriedade de o governo adotar a máxima transparência sobre os dados referentes ao sistema educacional do Estado.
Nos termos em que foi aprovado, o projeto obrigaria os órgãos responsáveis pela educação pública do Estado – Secretaria de Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e Conselho Estadual de Educação (CEE) – a divulgar em todos os veículos de comunicação oficial, e em cada unidade escolar, o máximo de dados sobre o sistema.
Nada que se constitui em segredo de Estado... Ou que não pudesse ser do conhecimento público. Seriam dados referentes à qualidade da educação ofertada; a infraestrutura da rede; a recursos humanos; e as iniciativas relacionadas à gestão do sistema, ao repasse dos recursos e à quantidade de estudantes matriculados.
Para vetar projeto, Alckmin usa desculpas esfarrapadas
Para vetar a proposta, o governador escreve um discurso em que diz que a transparência é um “imperativo constitucional” e que o site http://educacao.sp.gov.br já traz “informações de interesse público, como é o caso do cadastro das escolas públicas e particulares, com dados de matrícula e classes por níveis e modalidade de ensino”.
Balela, são as tradicionais desculpas esfarrapadas dos governos tucanos. Na verdade Alckmin sabe - e os cidadãos de São Paulo precisam saber - que apenas uma pequena parte dos dados que o projeto pretendia tornar transparentes está nesse portal.  Para vetar a matéria o governador se escuda, ainda, no argumento pífio e vaga de que “a divulgação (de informações) fora do exato contexto, é inoportuna, podendo causar prejuízos à escola e à comunidade”. Desde quando o acesso dos cidadãos à informação causa prejuízos?
Temos, assim, mais uma prova do horror dos tucanos à transparência. O veto é, também, inconstitucional já que se fundamenta na negativa do mérito do projeto, na recusa aos objetivos que ele pretende atingir e não em sua constitucionalidade. Se a moda pega, quem passa a legislar daqui para a frente é o Executivo e não o Legislativo. Aliás, o que também não é novidade em matéria de governos tucanos.
Tucanos vetaram mais de 600 projetos em São Paulo
Levantamento recente publicado nos jornais apontou que só nos últimos anos de governos tucanos - e eles estão no poder em São Paulo há 20 anos - o Executivo vetou mais de 600 propostas que tramitaram na Assembleia Legislativa. E o hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG) governou Minas por oito anos com leis delegadas, um sistema vigente na ditadura, pelo qual ao Legislativo cabe apenas homologar o que vem pronto do Executivo.
Este veto de Alckmin ao projeto do deputado Geraldo Cruz desmente todo discurso tucano, quando na oposição, de apoio à transparência. Contradiz aquele discurso que  eles fazem desde que a transparência seja cobrada do governo federal.
Já quando eles estão no poder no Estado a história é outra. Afinal, o que o PSDB quer esconder da sociedade sobre a Educação em São Paulo? Sua falência completa, um verdadeiro apagão na Educação, confirmada a cada uma daquelas avaliações períodicas do sistema, como a anual do SARESP - Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo?

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