segunda-feira, 2 de julho de 2012

Insisto: Brasil tem condições de crescer 4,5%


Do Blog do Zé Dirceu

O Banco Central (BC) reduziu - desta vez é oficial -  a projeção do PIB deste ano de 3,5% para 2,5%. A autoridade monetária nacional apontou, também, que a economia do país tende a acelerar seu crescimento agora, no 2º semestre de 2012.
A estimativa do BC - esperada, já vinha sendo antecipada - é a mais baixa para um ano desde 2009, quando sentimos os efeitos das fases iniciais da crise financeira mundial. Em seu informe, o Banco aponta que “a mudança na projeção de crescimento reflete, em parte, o fato de a recuperação estar se materializando de forma bastante gradual".
Mas, no 2º semestre deste ano – indica o informe - a economia irá se acelerar por conta dos "efeitos defasados e cumulativos das ações de política monetária"  (em outras palavras, os cortes de juros já efetuados pelo BC desde agosto do ano passado) e "pelo impacto das medidas recentes de estímulo à atividade industrial e ao consumo".
A estimativa do BC segue abaixo da previsão do Ministério da Fazenda que está em 4%. Nesta 5ª feira, o ministro Guido Mantega se comprometeu com um crescimento acima de 2,5% neste ano.
Reações do Governo
O governo vem reagindo e anunciando uma série de medidas para impulsionar o consumo e, consequentemente, o PIB. Entre elas, estão a redução do IPI para linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar) e automóveis, além do corte do IOF sobre os empréstimos para as pessoas físicas.
Vale lembrar, também, que foram liberados mais de R$ 50 bi em depósitos compulsórios neste ano, foi aberta uma linha de crédito de R$ 20 bi para os Estados e foi lançado um programa de compras governamentais de R$ 8,4bi.
Quero chamar a atenção de vocês que esses 2,5% são consequências de medidas adotadas no passado - elevação dos juros e corte de gastos e de investimentos somados a crise mundial.
Mercado interno e integração regional
Agora é retomar o caminho já percorrido de redução, em parte, dos juros, e do aumento dos investimentos públicos e privados, o que não será automático, como o proprio BC reconhece, nem teria como ser diferente num cenário de desaceleração das economias da Europa, da China e mesmo dos Estados Unidos.
Com base no mercado interno e na integração regional, o Brasil tem todas as condições de crescer mais de 4,5% ao ano. Desde que, obviamente, enfrente, administre e contorne problemas na gestão pública, no financiamento dos investimentos e da exportação, reduzindo impostos e acelerando o programa de infraestrutura e logística.

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