Do Blog do Zé Dirceu
O Banco Central (BC) reduziu - desta vez é oficial - a projeção do PIB deste ano de 3,5% para
2,5%. A autoridade monetária nacional apontou, também, que a economia do país
tende a acelerar seu crescimento agora, no 2º semestre de 2012.
A estimativa do BC - esperada, já vinha sendo antecipada - é
a mais baixa para um ano desde 2009, quando sentimos os efeitos das fases
iniciais da crise financeira mundial. Em seu informe, o Banco aponta que “a
mudança na projeção de crescimento reflete, em parte, o fato de a recuperação
estar se materializando de forma bastante gradual".
Mas, no 2º semestre deste ano – indica o informe - a economia
irá se acelerar por conta dos "efeitos defasados e cumulativos das ações
de política monetária" (em outras
palavras, os cortes de juros já efetuados pelo BC desde agosto do ano passado)
e "pelo impacto das medidas recentes de estímulo à atividade industrial e
ao consumo".
A estimativa do BC segue abaixo da previsão do Ministério da
Fazenda que está em 4%. Nesta 5ª feira, o ministro Guido Mantega se comprometeu
com um crescimento acima de 2,5% neste ano.
Reações do Governo
O governo vem reagindo e anunciando uma série de medidas para
impulsionar o consumo e, consequentemente, o PIB. Entre elas, estão a redução
do IPI para linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar) e automóveis,
além do corte do IOF sobre os empréstimos para as pessoas físicas.
Vale lembrar, também, que foram liberados mais de R$ 50 bi em
depósitos compulsórios neste ano, foi aberta uma linha de crédito de R$ 20 bi
para os Estados e foi lançado um programa de compras governamentais de R$
8,4bi.
Quero chamar a atenção de vocês que esses 2,5% são
consequências de medidas adotadas no passado - elevação dos juros e corte de
gastos e de investimentos somados a crise mundial.
Mercado interno e
integração regional
Agora é retomar o caminho já percorrido de redução, em parte,
dos juros, e do aumento dos investimentos públicos e privados, o que não será
automático, como o proprio BC reconhece, nem teria como ser diferente num
cenário de desaceleração das economias da Europa, da China e mesmo dos Estados
Unidos.
Com base no mercado interno e na integração regional, o
Brasil tem todas as condições de crescer mais de 4,5% ao ano. Desde que,
obviamente, enfrente, administre e contorne problemas na gestão pública, no
financiamento dos investimentos e da exportação, reduzindo impostos e
acelerando o programa de infraestrutura e logística.
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