Esse blogueiro, havia assumido compromisso, de não tocar mais
nesse assunto da aliança PT x Maluf, para a campanha de Haddad (PT) à
prefeitura de São Paulo, porém tem certas hipocrisias, que merecem um comentário.
Acabo de chegar das minhas pedaladas de 40Kms na ciclovia no
entorno do bairro onde moro, ligo o computador, me deparo quem um artigo na
Folha de S. Paulo, da Senadora Marta Suplicy (PT-SP), falando (nas
entre-linhas), sobre a tal aliança, cujo título é, "Realpolitik" - a
Folha, que não é besta, deixou o conteúdo aberto para não assinantes, leiam
aqui
Vamos a um refresco de
memória
O ano, era 2004, kombis pelas ruas de São Paulo, com fotos da
dupla, Marta&Maluf, estampadas em conjunto, era o segundo turno de uma
eleição, cujo adversário, era o eterno candidato José Serra (PSDB), que assim
como todos já sabem ganhou aquela eleição, assinando compromissos escritos, que
depois tratou de limpar o "nariz" com o dito documento jogando-o no
lixo e deixou a prefeitura após um ano, e foi disputar (e ganhou), o governo de
S. Paulo, para depois disputar e perder a eleição presidencial para Dilma
Roussef.
Hipocrisia dupla
Na cultura brasileira, reza um regra onde se constata, que
fatos na memória do povo, dura no máximo uma semana, o que é uma verdade
incontestável. E políticos independente ser de esquerda ou direita
aproveitam-se dessa falha para proporcionar seus espetáculos demagógicos. Falo
aqui de duas figuras, consideradas de esquerda, numa ponta, Marta Suplicy,
Senadora pela PT-SP, na outra Luiza Erundina, Deputada Federal, pelo PSB-SP.
O que as duas têm em
comum?:
Ambas em 2004, foram candidatas à prefeita de São Paulo,
sendo que o único detalhe que as fazem diferentes é que, Luiza Erundina, já no
primeiro turno fez uma aliança com o então governador de S. Paulo, Orestes
Quércia PMDB, Michel Temer foi o vice na chapa, hoje é o atual vice presidente
da República. Portanto, a indignação da ex-prefeita com o fato do PT firmar uma
aliança com Maluf, tem mais de teatro que de lisura, uma vez que ofereço um
pirulito, a quem conseguir traçar as diferenças que separam Orestes Quércia de
Paulo Salim Maluf. Já com Marta Suplicy, a aliança com Paulo Maluf, aconteceu
no segundo turno daquele ano, e hoje a vejo também esperneando
"moralidade", criticando a aliança atual, mas já viveu um episódio em
que ela foi protagonista.
Em seu artigo de hoje na Folha de S. Paulo, a Senadora Marta
Suplicy diz: "quando as alianças têm a marca do estapafúrdio, são
rechaçadas pela população" - fala isso, como se em 2004 - a aliança Marta
x Maluf, não fosse "estapafúrdia".
Quando o político, joga
para a torcida
Eu que sou um "zé ruela" - percebo que os acordos
políticos, quando acontecem, existem diferenças entre aquilo que aparece na Tv
e na imprensa em geral, e o que existe de fato além daquilo que os olhos
captam. Ou seja, nos bastidores, existem motivos, que não são visíveis aos
olhos daqueles que vêem na política, um assunto linear, sem meandros. Marta
Suplicy, se comporta em seu artigo da Folha de hoje, como se fosse uma
"reles eleitora" - ou estive na platéia e não no palco. Assim como
Erundina, aposta na amnésia do eleitorado, e esconde que já andou de braços de
dados com Quércia, tão larápio quanto Maluf.
O que existe, além do
acordo PT x Maluf?
Lula, que é uma animal com faro político, viu que além de
ganhar 90 segundo a mais na TV, estava alinhavando uma aliança que poderia
quebrar o gelo e resistências aos setores mais conservadores que vivem na
Cidade de S. Paulo. Trazendo Maluf para uma aliança com o PT, seria uma boa
estratégia para quebrar resistências existentes com relação aos
"radicalismos" que ainda existem no imaginário dos conservadores
paulistanos, permitindo ao PT, ser absorvido por esse eleitorado que ainda resiste,
embora o PT, não tenha mais nada daquilo que já teve em sua fundação. Porém até
aqui, Marta e Erundina, comportam-se como duas normalista do Colégio Sion, e
como se não entendessem do riscado.
Quais são os motivos do
desespero da direita e da oposição?
A metáfora que vou utilizar, é simples: Em 2014, haverá a
disputa do Copa do Mundo, no Brasil. Quem estabelece as regras dessas disputa?
A FIFA, que é a entidade que representa o futebol mundial. Muito bem. E se
algum time resolver quebrar esse paradigma, e participar do torneio
utilizando-se de regras próprias, ignorando assim as regras estabelecidas pela
FIFA? Além de perder o jogo, seria punido pela FIFA.
Muito bem, pois na política as regras estabelecidas, são
exatamente as mesmas. Vou seguir na mesma linha das indagações da metáfora
acima. Quem criou as regras políticas que pautam as alianças eleitorais? Foi a
direita que sempre comandou esse país, desde que Cabral ancorou as caravelas em
Porto Seguro na Bahia. E o que dizem as regras? Elas dizem que "qualquer partido"
- pode buscar alianças em torno de seus interesses diretos para compor
alianças. E quais os interesses do PT e Lula?
É conseguir penetrar no eleitorado conservador, e de quebra, ganhar mais
90 segundos de propaganda eleitoral na TV. Isso é imoral? Pode até ser para
muitos militantes. Isso é ilegal? Claro que não!!! Todos os partidos fazem suas
alianças, buscando seus interesses, segundo diz a regra!!!
Posição de Marta
Suplicy
Já chegou a hora do PT, chamar D. Marta Suplicy às falas,
para que pare de se comportar como se não soubesse o que de fato rola com
relação aos acordos políticos. Já passou do ridículo, todas a movimentações que
ela implementou até aqui. Todo o grupo político dela, inclusive o Deputado Rui
Falcão, que é presidente nacional do partido, está com Lula, e comunga de todas
essas movimentações, e ela isolada fica fomentando toda a imprensa golpista,
sendo defendida em artigo, inclusive por Eliane Cantanhêde, a tucana da
"massa cheirosa" - só ela não se dá conta disso. Continua com o chamado
discurso de "virgem na zona" - num jogo que todos nós sabemos, não
existem inocentes, são todos tarimbados, e sabem exatamente aquilo que está
rolando.
Após esse artigo, "Realpolitik" - escrito na Folha
de S. Paulo de hoje, acho que já bastou, o PT deve pedir educadamente para que
D. Marta, se comporte com a liturgia que seu cargo exige, pois seu discurso
hoje, só favorece a direita e coloca cerejas no bolo de uma imprensa que pesca
em águas turvas.
Posted 23
hours ago by Paulo Cavalcanti
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