O cineasta Luiz Carlos Barreto, 84 anos, produtor de belos
filmes como “Lula, o filho do Brasil”, "Dona Flor e seus Dois Maridos” e
“O que é isso companheiro?”, entre muitos outros, assina um artigo na Folha de
S. Paulo (12/06/2012). “Por qué no lo matan?” disse Fidel Castro ao pessoal de
esquerda que reclamava de Carlos Lacerda, durante a visita que o líder cubano
fez ao Brasil após a revolução. “Lacerda es um hombre como nosotros?, tiene
brazos, piernas?, camina por la calle?, entonces por qué no lo matan?”, disse
Fidel incomodado.
O cineasta afirma que o episódio não lhe sai da cabeça,
quando lê o noticiário sobre José Dirceu. “O tom é sempre de acusação, tratando
de atos e práticas ilegais, como se ele, na sua trajetória de animal político
militante corajoso, só tivesse contabilizado ações negativas”. É como se José
Dirceu tivesse nascido com o suposto mensalão. Não se fala de sua trajetória de
líder estudantil, sua luta contra a ditadura militar, prisão, exílio, retorno clandestino
ao Brasil, toda sua energia na luta pela democracia, comenta Barreto.
A burguesia dizia que Zé Dirceu é a cabeça pensante e Lula é
o líder mobilizador do sentimento popular. “Vamos cortar a cabeça que o corpo
cai”. Os governos de Lula mostraram que Zé Dirceu não é uma cabeça sem corpo e
que nem Lula é um corpo sem cabeça. Eles são de carne e osso, “hombres como
nosotros y caminan por las calles”.
Ora, se José Dirceu é tudo isso que a mídia diz, “entonces,
por qué no lo matan?”.
# posted by Oldack Miranda
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