Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O primeiro-ministro Manmohan Singh, o presidente Pranab
Mukherjee, Lula e Sonia Gandhi juntos na cerimônia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta
quinta-feira, na Índia, o prêmio Indira Gandhi pela Paz, Desarmamento e
Desenvolvimento 2010. A cerimônia aconteceu no palácio presidencial Rashtrapati
Bhavan e contou com a presença do presidente Pranab Mukherjee, do
primeiro-ministro Manmohan Singh, e da nora de Indira e presidente do partido
Congresso Nacional Indiano, Sonia Gandhi.
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Lula foi escolhido unanimemente pelo júri do prêmio, em 2010,
por sua “extraordinária contribuição para a causa da eliminação da pobreza e da
promoção do crescimento inclusivo no Brasil, por sua forte defesa dos laços
entre as nações em desenvolvimento e por sua contribuição singular para a causa
da parceria Brasil-Índia”. Na cerimônia, Lula agradeceu o prêmio considerando-o
não um reconhecimento pessoal, mas ao povo brasileiro, que “soube entender que
só com muita paz e democracia, conseguiríamos liderar o país para o patamar que
ele alcançou”. Em seu discurso, Lula defendeu a inclusão do Brasil e da Índia
no Conselho de Segurança da ONU, e uma ordem mundial mais democrática como
forma de alcançar a paz.
O primeiro-ministro Singh disse que, sob a liderança de Lula,
“o Brasil se tornou uma país mais forte e respeitado internacionalmente”, e
mesmo fora da presidência “segue sendo uma das personalidades mais respeitadas
no mundo”. “O presidente Lula tem uma clara visão global. Ele é consciente da
interdependência entre os países, e de que a responsabilidade de um líder não
termina na fronteira do seu país.” O primeiro-ministro, que ofereceu um almoço
para Lula após a cerimônia, disse que, para ele, foi um privilégio trabalhar
com Lula nas reuniões internacionais e que o considera um amigo. “Seu trabalho
com a América Latina e a África ainda tocará muitas vidas nos próximos anos”.
O presidente Mukherjee, ao entregar o prêmio, declarou que
Lula é um “honorável campeão do mundo em desenvolvimento”. E desejou saúde e boa sorte em suas novas
iniciativas.
Segundo Sonia Gandhi, Lula defendeu a agenda do crescimento
inclusivo “talvez como nenhum outro líder de seu tempo”. E continuou: “seu
trabalho é uma inspiração não apenas para os brasileiros, mas para pessoas ao
redor de todo o mundo. Nós estamos honrados com sua presença”.
Lula havia sido convidado para receber o prêmio há um ano, no
dia 22 de novembro de 2011, mas a viagem foi cancelada depois que descobriu um
câncer em sua garganta, menos de um mês antes de partir para a Índia. Este ano,
o governo indiano retomou o convite e manteve a mesma data, 22 de novembro.
O prêmio Indira Gandhi Pela Paz, Desarmamento e
Desenvolvimento é concedido anualmente a pessoas ou organizações, “em
reconhecimento a esforços criativos no sentido de: promover a paz internacional
e o desarmamento, igualdade racial, e boa vontade e harmonia entre as nações;
assegurar a cooperação econômica e promover uma nova ordem econômica mundial;
acelerar um avanço abrangente das nações em desenvolvimento; assegurar que as
descobertas da ciência e do conhecimento moderno sejam usadas para o bem maior
da raça humana; e ampliar o alcance da liberdade e enriquecer o espírito
humano”. Desde sua criação, em 1986, o prêmio já foi concedido a 25 pessoas e
instituições. Entre os laureados estão Mikhail Gorbatchev, Vaclav Havel, a
Unicef, os Médicos Sem Fronteiras, a Fundação Bill & Melinda Gates e Jimmy
Carter, entre outros.
O troféu concedido a Lula é um pedaço quadrado de hematita
bandada com jaspe, uma das variedades mais duras de rochas encontradas na Índia
e com idade estimada em dois milhões de anos. Inserido na rocha, e adornado com
prata, está um retrato de Indira Gandhi, com seu nome inscrito em alfabeto
devanágari. O troféu é acomodado em uma caixa de jacarandá revestida de prata.
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