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Por José Carlos Ruy, para o
Vermelho:
O falatório midiático conservador parece enredar-se nas
próprias palavras, e as ameaças implícitas nas recentes “reportagens” que
garantiam revelações mirabolantes por parte do publicitário Marcos Valério
parecem minguar.
De um lado, cresce a suspeita de que o depoimento secreto de
Marcos Valério à procuradoria-geral da República teria sido vazado ao panfleto
de direita paulistano, a revista Veja, pelo próprio procurador geral Roberto
Gurgel, o mesmo a quem caberá o destino a ser dado à representação do PPS e do
senador tucano Álvaro Dias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apurações jornalísticas do portal 247 apontam nessa direção –
a de que o "entrevistado" de Veja seria não Valério, mas o próprio
Gurgel. E o senador Fernando Collor fortaleceu esta suspeita quando encaminhou
ofício, na terça-feira (6) ao procurador Gurgel para que ele esclareça a data e
o local em que a Procuradoria-Geral da República tomou o “depoimento secreto”
de Marcos Valério. Collor deixou clara sua suspeita de uma ação circular: o
procurador teria tomado o depoimento de Valério e vazado trechos à revista
Veja, cujas reportagens ancoraram uma representação contra Lula que será
avaliada pelo próprio Gurgel.
Nessa linha, mesmo uma colunista insuspeita de simpatias pelo
ex-presidente Lula como Eliane Cantanhêde acredita que "denúncias
giratórias" não parecem nada verdadeiras e podem não convencer o Supremo
Tribunal Federal a favorecer Marcos Valério com o beneficio pretendido de
abrandamento da pena, escreveu ela em sua coluna publicada na Folha de S. Paulo
nesta quinta-feira (8), intitulada apropriada e significativamente “Ardil”. São
alegações que “carecem de provas e de oportunidade”, escreveu, “e, quando vão
de Santo André a Marte e Saturno, perdem credibilidade a cada quilômetro
percorrido rumo ao nada”.
Segundo ela, “os ministros suspeitam que possa haver uma
"estratégia ardilosa" por trás do que Valério tem dito, ora à
Procuradoria, ora à revista Veja”, estratégia através da qual Valério estaria
operando “um processo - ou uma tentativa - de procrastinação indefinida das
condenações e prisões”, estratégia da qual outros condenados poderiam se
beneficiar devido ao fato de que “novas revelações” podem gerar pedidos de
vista e novos procedimentos judiciais capazes de empurrar para as calendas o
cumprimento das penas. Fonte:Blog do Saraiva
Postado por O TERROR DO NORDESTE
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