Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Programas de transferência de renda e de
incentivo à desconcentração industrial favoreceram a economia nas regiões Norte
e Nordeste, entre os anos de 2002 e 2010. A avaliação é do gerente de Contas
Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Frederico
Cunha, que apresentou hoje (23) dados do
Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo pesquisa divulgada pelo órgão, a contribuição do
Norte na economia do país subiu 0,6 ponto percentual – de 4,7% para 5,3%. Já a
Região Nordeste aumentou sua participação na economia em 0,5 ponto percentual,
indo de 13% para 13,5%. A contribuição do Centro-Oeste no PIB brasileiro também
cresceu 0,5 ponto percentual e foi de 8,8%, em 2002, para 9,3%, em 2010.
“O Brasil é bastante
concentrado mas a gente percebe desconcentração nos últimos anos”, afirmou
Cunha. “Quando há algum tipo de proteção social – não só transferência de renda,
mas aposentadoria rural, garantia de compra para agricultura familiar,
incentivo fiscal, isso acaba aumentando a massa salarial e alavancando uma
economia que só era puxada pelo consumo”.
Segundo a pesquisa, os avanços regionais no Norte e Nordeste
foram influenciados pela exportação de minérios no Pará, cujos preços
internacionais saltaram em 2010; pela indústria de transformação, no Amazonas;
pela agropecuária, no Maranhão e pelo impacto das políticas públicas nas
regiões. Apesar do avanço, os dados revelam que oito estados ainda concentram
77,8% do PIB brasileiro.
Por conta do impacto de São Paulo e do Rio de Janeiro, o
Sudeste detém mais da metade das riquezas do país, apesar da queda registrada
na última pesquisa (de 56,7% para 55,4%). O resultado é reflexo das perdas na
indústria, na agropecuária e na geração de energia elétrica. Em 2010, o Rio
sofreu com as oscilações do preço do petróleo no mercado internacional, em
relação a 2002.
Frederico Cunha também chama atenção para o estado com menor
renda por pessoa – o Maranhão, que registra PIB per capita de R$ 6,8 mil. O
pesquisador explica que o tamanho da população puxou o resultado para baixo. O
Distrito Federal concentra a maior renda per capita do país (R$ 58,4 mil).
“Se o PIB per capita é
o PIB divido pela população, logo, no estado com uma população grande, a 10ª
maior do país, o índice tende ser menor, apesar de o Maranhão ter tido um
crescimento favorável na economia. Já no DF, o movimento é contrário, tem
população pequena, mas concentra alta renda, reflexo do administração pública”,
acrescentou o o gerente.
Edição: Denise Griesinger
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