Ministros das Relações Exteriores volta a cobrar mudanças na
ONU que reflitam a redistribuição do poder internacional
Por: Renata Giraldi, da Agência Brasil
Brasília – Em defesa da ampliação do Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro das Relações Exteriores,
Antonio Patriota, cobrou hoje (23) que a entidade se “atualize” conforme a nova
ordem mundial. A cobrança de Patriota é permanente, pois o governo brasileiro
critica o formato atual do órgão, que corresponde ao cenário após a 2ª Guerra
Mundial, e quer ocupar um assento permanente no conselho.
“Continuamos
trabalhando para que a ONU se atualize, reforme-se, em particular, o Conselho
de Segurança, acompanhe essa evolução da redistribuição do poder internacional,
atualizando com novos membros permanentes e não permanentes”, disse o
chanceler, após participar de um seminário, em Salvador, na Bahia, no qual foi
discutido o Mercosul e as novas perspectivas do bloco.
Patriota reiterou ainda que o Brasil vive um dos seus
melhores períodos. “Hoje o Brasil é, talvez, pela primeira vez na sua história,
um país de alcance global. Existem dados materiais que comprovam isso. Somos um
dos poucos países que têm relações com todos [os países]”, lembrou ele,
acrescentando que o número de embaixadas do Brasil na África é superior à
quantidade das representações do Reino Unido.
O pleito do Brasil é integrar de forma permanente o Conselho
de Segurança das Nações Unidas. O órgão é formado por 15 integrantes, dos quais
apenas cinco têm assentos permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e
Estados Unidos. De forma rotativa, a cada dois anos, os demais dez lugares são
alternados.
Atualmente, ocupam os dez assentos rotativos: Azerbaijão,
Guatemala, Marrocos, Paquistão e Togo, cujos mandatos acabam no próximo ano,
além de Colômbia, Alemanha, Índia, Portugal e a África do Sul, cujos períodos
terminam em dezembro.
As autoridades brasileiras defendem a ampliação do número de
cadeiras no conselho de 15 para 25, entre as quais o Brasil se coloca como
candidato a titular. A discussão é mantida no debate político internacional,
mas esbarra em restrições por parte de alguns países por questões de
divergências regionais.
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