Após uma década, esquema para controlar a mídia mineira se
reestrutura através de especialistas para manter o controle sobre a mídia
nacional
Ávida por recursos, pois sem faturamento, devido seu
ultrapassado formato que não consegue concorrer com as mídias atuais, onde um
pequeno blog é lido por um número superior de leitores que o maior jornal
impresso que circula na mesma região, a grande imprensa regional e nacional
agarra-se como tabua de salvação ao gigantesco volume de recursos distribuído
na tentativa de eleger Aécio Neves.
Trata-se de um esquema gigantesco onde dinheiro público e
privado se misturam. Operando através de um pool de agências de publicidade,
transformou em insignificante o esquema montado por Marcos Valério, conhecido
por Valérioduto. Integram este pool, RC Comunicação Ltda, MPM-Populus,
FAZ&Branz, New Publicidade e Comunicação Integrada Ltda.
Ciente da impunidade e diante da imobilidade do Ministério
Público imposta pela Procuradoria Geral de Justiça, centralizou-se em Minas, a
serviço do Governo de Minas Gerais, os maiores especialistas no desvio de
dinheiro público e outras irregularidades praticadas através de agências de
propaganda, que operou no Brasil nos últimos 10 anos.
Envolvidas na Operação “Caixa de Pandora”, estão a RC
Comunicação Ltda e Branez Comunicação Total Ltda, integrante do consórcio com a
mineira FAZ . As duas agências, segundo o Ministério Público, operaram o
esquema de lavagem de recursos públicos através de notas frias no Distrito
Federal.
A Promotoria do DF
informou ao Novojornal que:
“os contratos não
especificavam a forma nem o conteúdo dos serviços de publicidade a serem
prestados pelas empresas. Essa imprecisão, proibida pela Lei n° 8.666/93, na
prática permite que se realize qualquer coisa, a qualquer momento e a qualquer
preço. A Lei também exige a apresentação de orçamento detalhado para a
licitação de obras e serviços públicos, enquanto nos contratos de publicidade
em questão nem mesmo o valor final dos serviços está discriminado de forma
clara”.
Baseada nas evidências,
a Promotoria argumentou que:
“esses contratos são
um meio para o governo manter à sua disposição empresas contratadas para
prestar serviços deliberadamente indiscriminados, com valores altíssimos,
limitados apenas pela disponibilidade orçamentária. O objetivo final dos
contratos seria fazer propaganda ideológica, uma vez que muitas das ações
publicitárias realizadas não apresentam caráter de informação, educação ou
orientação social”.
A Propulus, integrante do consórcio com a MPM, que empresta
apenas seus atestados, nada mais é que a sucessora da Espontânea Comunicação
Ltda, envolvida no enorme esquema de corrupção na administração de Antônio
Palocci à frente da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (SP), entre 2001 e
2002.
A agência New, derivação da New Trade, de propriedade do
cunhado de Ciro Gomes, envolvida no escândalo do Mensalão, além de atender o
Governo de Minas, atende ao Sistema FIEMG, CNI, Sebrae,FAEMG, AngloGold, Egesa
, MMX e a Revista Veja BH.
A Lápis Raro, além do Governo de Minas, atende a CBMM,
Usiminas e a Rede Globo Minas e a Radio Itatiaia. A Perfil atende a Cemig,
BDMG, Prefeitura de Belo Horizonte e o Jornal Estado de Minas, sabidamente
todas estas instituições integram o projeto político de Aécio Neves.
Por recusarem participar deste esquema, as tradicionais
agências de propaganda mineiras foram alijadas do processo, através de manobras
nos procedimentos licitatórios. Informam estas empresas que as irregularidades
ocorridas no certame foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual.
Inexplicavelmente, como se a distância entre Brasília,
Ribeirão Preto e Belo Horizonte fosse enorme e estivéssemos em Países
diferentes, este grupo de empresas operam a luz do dia um esquema que
movimenta, segundo especialistas, mais de R$ 65 milhões por mês.
E bem provável que na hora que estourar mais este escândalo
as autoridades e grande parte da mídia nacional façam cara de assustados, como
se não soubessem de nada. Foi criado a República Independente de Minas Gerais.
O Governo de Minas e as empresas citadas foram consultadas e
optaram por não falar, transferindo para o cliente tal tarefa.
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