segunda-feira, 5 de novembro de 2012

RESULTADO DAS ELEIÇÕES, A MÍDIA E A DEMOCRACIA

Lendo diversos noticiosos nesta manhã de eleições municipais no Brasil, me deparo com  uma notícia sobre alguém que já foi "esquecido". É o Julian Assange, o cara que botou a boca no mundo e através do Wikileaks vazou para quem quisesse ver, informações importantes e secretas dos governos mundiais. Notadamente, no governo americano. Vazou também bandidagens da direita brasileira, capitaneada pelo PSDB, como detalhes da entrega do patrimônio a estrangeiros, a facilitação e a farsa das licitações e a vergonhosa submissão que os mandatários tucanos levaram a cabo durante seu tempo no poder.

Denunciou também que um certo âncora global era informante do governo americano, em detrimento de seu próprio país. Coisa que claro, ninguém jamais duvidou. Só faltava a prova.

Por causa disso, governos de todo o planeta querem sua cabeça. Ele precisou refurgiar-se na embaixada equatoriana em Londres, para, sem acordo de extradição com tais países, ele possa não ser encarcerado sob falsas alegações que lhe imputam, já que "falar a verdade" não é considerado crime em quase nenhum lugar da Terra. Arranjaram pra ele (da mesma forma que contra Dominique Strauss-Khan) a pecha de assaltante sexual. No caso  do ex-chefe do FMI e então virtual candidato à presidência da França, a verdade veio à tonta (mas lhe custou a corrida para a cadeira). Assange não teve, nem terá a mesma sorte. Seu crime (o de falar a verdade) não prescreve jamais e a bandidagem governamental não pensa em lhe poupar a vida..

Em razão disso a idéia do que seria democracia me veio imediatamente ao cérebro. Não sem antes passar pela vergonhosa situação em que se encontra o Supremo Tribunal Federal brasileiro, com suas condenações no caso do mensalão, feitas sob encomenda pela imprensa que manda no país. Condenações para, na grande maioria dos casos, atribuir pena sem prova consistente, solapando as garantias constitucionais que demoramos séculos para conseguir, não sem muitas mortes e tortura. Condenações por "indícios" não encontram precedentes nem na época da ditadura, mas agora acham eco, conduzidas por uma mídia e por uma elite que não admitiram serem contrariadas por trabalhistas que precisaram subornar o Congresso para ele fazer aquilo que já era obrigado pelo dever do ofício. O mensalão não foi outra coisa que isso. Pagar deputados para que trabalhassem, já que amor à causa e ao Brasil, não tinham nenhum.

Se isso é crime, coisa que eu não questiono, deveria então ao menos, punir todos aqueles que o cometem. Ao invés disso, FHC e sua trupe, que pagaram 200 mil dólares por cabeça para a aprovação da reeleição, passarão impunes sem sequer o oferecimento de denúncia pelo emérito procurador geral da República. Tampouco merecerá alguma denúncia o mesmíssimo mensalão iniciado pelo agora condenado Marcos Valério, só que em favor de um governo tucano, o de Eduardo Azeredo, em Minas Gerais.

Trazendo essas considerações para os dias atuais, se vai percebendo que de verdade, a noção de democracia é claudicante no mundo todo. Talvez ela realmente nunca tenha existido, nem existirá da forma que imaginamos. Aqueles que deveriam ser os guardiões da liberdade, vendem o voto, a ideologia e o apoio, pelo melhor preço, disponível no mercado.

Candidatos que até ontem criticavam o governo federal brasileiro, agora aparecem de mãos dadas justamente em nome da tal "governabilidade" que tantas barbaridades legais, justificou. Quando convém, o imprensalão denuncia. Quando não convém, tudo passa encoberto. Não sem antes deitarem-se sob o imenso cobertor de hipocrisia, hipocrisia esta que ensaboa os ânimos e conduz uma fatia substancial dos apaniguados brasileiros em cargos públicos comissionados. Ideologia é uma tolice reservada a poucos "bobos". Ética, nem existe. Tudo depende de em qual lado a pessoa está.

As eleições brasileiras nas cidades, neste domingo vieram para reforçar duas coisas. Lula elege sim, postes ao longo do Brasil. A outra é que nossa democracia é 50%, farsa descarada, com juízes regionais subornados, rasteiras, compra de votos e uma bandidagem sem precedentes, tudo disfarçado por campanhas televisivas trilionárias.

Pare o mundo que eu quero descer!

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