Presidente Lula em
encontro com trabalhadores da Nissan USA durante conferencia da União Sindical.
Fico sabendo pelos
blogs sujos que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu mais um
modorrento artigo no Estadão (aqui para quem tiver paciência de ler).
Estarrecido vi FHC
defender que a "nova" política se resume ao comportamental, como ser
a favor ou contra o casamento gay, ser "verde" ou "jurássico",
ser ou não ser evangélico (só faltava essa: FHC equipara escolha religiosa com
escolha política, em tom de deboche generalizado contra evangélicos, porque
alguns pastores e um certo José Serra procuraram usar religião na eleição de
forma oportunista).
FHC tem forte recaída
neoliberal ao defender que a luta política deve ignorar toda aquela coisa de
discutir a apropriação das riquezas nacionais pela sociedade, o papel do Estado
na economia e nas relações de trabalho, produção e uso das riquezas nacionais,
concentração e distribuição de renda, de conhecimento, de informação e de
poder.
Pré-sal, taxas de
juros, jazidas de minérios, tarifas públicas, salários, aposentadorias, SUS,
educação pública, jornada de trabalho, justiça tributária, garantia de empregos,
participação nos lucros, segurança alimentar e hídrica, acesso à moradia digna
para todos, igualdade de direitos de fato para todos, tudo isso, para FHC,
tornou-se supérfluo ou secundário na luta política. É a essência do pensamento
neoliberal: o livre mercado se auto-regularia para prover tudo sem a
intervenção do estado.
Por coincidência, neste
mesmo domingo, outro ex-presidente brasileiro, o presidente Lula, está fazendo
justamente o contrário em Washington. Participa da Conferência de um dos maiores
sindicatos de trabalhadores dos EUA. O encontro discute a agenda de prioridades
políticas dos trabalhadores de lá para 2013, que serão reivindicadas junto ao
legislativo estadunidense.
Quanta diferença!
FHC pregando aos
cidadãos trabalhadores abdicar da luta política como forma de melhorar suas
vidas, e se conformarem com a submissão aos banqueiros do "livre
mercado", que de livre não tem nada, pois hoje é controlado por
espertalhões transnacionais que decidem onde colocar e tirar dinheiro, de forma
a obter mais lucros, mesmo que signifique provocar crises para os outros,
lucrativas para eles.
Lula continua o mesmo
ativista incansável por um mundo mais justo, mais equilibrado, sem exploradores
e explorados, sem os lucros exorbitantes de poucos serem conquistados às custas
da ruína de milhões de trabalhadores, crianças e aposentados.
Hoje, nem nos EUA esse
discurso mequetrefe de FHC em defesa da submissão ao banqueiros é aceito (a não
ser pelos banqueiros). Quase todos cidadãos estadunidenses são capitalistas,
mas acham que o capitalismo de lá deve ser como um navio que tenha emprego e
aposentadoria decente para todos nascidos lá, mesmo que a maioria viaje na
segunda ou terceira classe. O que é contestado lá, desde a crise de 2008, é 1%
dos banqueiros da primeira classe lucrarem às custas da ruína dos 99% da
segunda e terceira classe, que estão sendo jogados ao mar.
Lula fez um governo
onde os mais pobres saíram da pobreza, milhões entraram na classe média, o
emprego cresceu, os salários cresceram, a começar pelo mínimo, tudo dentro das
regras democráticas, e a maioria dos mais ricos nem tem o que reclamar, muito
pelo contrário. A maioria dos empresários que trabalham e produzem de verdade
nunca venderam tanto seus produtos e serviços, devido ao crescimento da renda
do brasileiro e do mercado interno. É por isso que Lula é chamado para falar
aos 99% de estadunidenses. Eles sonham com um governo Lula para chamar de seu.
E FHC só é chamado para escrever artigos a favor dos banqueiros que representam
os 1% e querem a submissão dos outros 99%.
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