Um dia após 100 mil serem prejudicados, problema em outra
linha..
Um dia após a pane na Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos-CPTM, que paralisou (na 5ª feira) a Linha 7-Rubi, na Zona Leste
da capital, provocou aquele quebra-quebra, sete prisões e prejudicou quase 100
mil passageiros, nesta 6ª feira (ontem) uma composição da Linha 9-Esmeralda
apresentou problema na Estação CEASA, na
Zona Oeste.
Por volta das 8h50 a composição que trafegava no sentido
Grajaú (Zona Sul) teve de ser rebocada, o que obrigou os outros trens a
seguirem por apenas uma via durante aproximadamente 30 minutos. A desculpa do
governador Geraldo Alckmin é risível: houve uma explosão nos anos recentes, diz
ele, no número de passageiros que, segundo a CPTM, teria crescido 73% em cinco
anos.
O Ministério Público movimentou-se e informa que investiga falhas no serviço. Já os
especialistas dizem não haver dúvidas: há superlotação e necessidade de mais
investimento. Tão frágil e tão absurda quanto a desculpa do governador é a do
seu secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Fernandes atribuiu os incidentes da 5ª feira na Zona Leste ao
PT e diz que a polícia "encontrou" até bombas caseiras com seis dos
sete presos naquele tumulto. Nada a ver. Nenhum convence com esses frágeis
argumentos.
CPI pode esclarecer e
pressionar por mudança no transporte
Vamos pedir uma CPI na Assembleia Legislativa - nossa bancada
precisa fazê-lo, com urgência - e a formação de uma comissão independente da
sociedade, reunindo entidades mais representativas, para fazer uma auditoria e
uma devassa na política de transportes dos tucanos.
São 30 anos no poder - a contar do 1º governo deles, o de
Franco Montoro, a partir de 1983 - e a herança está aí. CPI até para discutir,
inclusive, as justificativas do governador Alckmin e de sua CPTM.
Se cresceu tanto o número de passageiros onde está a
consequente receita? Onde estão e a quanto chegam os investimentos no sistema
de trens de subúrbio, e no metrô, que há tempos vêm apresentando a média de uma
a duas panes por semana?
Como o governo estadual - em parceria com o da capital - quer
implantar um sistema de monotrilho em São Paulo (anunciado por Alckmin na 5ª
feira pp.) se não consegue fazer funcionar nem o mais importante - e o que mais
cresce - dos segmentos (trens de subúrbio e o metrô) que compõem o sistema
integrado de transportes da região metropolitana? Como explicar tudo isto?
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