Depois que a casa cai,
aparecem os engenheiros de obras fracassadas. É divertido observar o
comportamento acuado, quase infantil, da mídia corporativa diante da queda do
senador Demóstenes Torres.
Completamente aturdido, Merval, o Imortal, Pereira foi ao
psicanalista Joel Birman para tentar entender como aquele homem tão puro,
defensor da ética, rolou cachoeira abaixo [o destaque em negrito é meu]:
Segundo o psicanalista Joel Birman, professor da UFRJ e da
UERJ, o senador Demóstenes é um mitômano que acreditou na sua própria fantasia.
Ele vestiu uma máscara e ela acabou se colando em seu corpo.
Ao dizer “Eu não sou mais o Demóstenes”, está revelando uma personalidade
psicologicamente quebrada, como se dissesse “Eu não sei mais quem é o
Demóstenes”.
Está também se fazendo de vítima para seus pares, a fim de
evitar um julgamento político na Comissão de Ética do Senado.
Essa vitimização é importante, ressalta Joel Birman, no
sentido de revelar uma estratégia de defesa. Esse personagem que ele criou para
si próprio não era uma mentira de Demóstenes, ele incorporou esse personagem e
acreditava nele.
Podia acusar com veemência seus colegas senadores apanhados em
desvios, como o senador Renan Calheiros, enquanto mantinha o relacionamento com
o bicheiro Carlinhos Cachoeira por que, como todo psicopata, não misturava as
personalidades.
A de homem público era essa, criada por ele, para colocá-lo
com destaque entre seus pares na defesa da ética na política, mesmo que tivesse
no particular uma conduta antiética.
Portanto, Kakay (o advogado de Demóstenes) já tem uma boia de
salvação, caso fracasse a tentativa de anular todo o processo com a história de
que as gravações não poderiam ter sido feitas sem anuência do STF pelo fato de
Demóstenes ser senador. É só dizer que o falso moralista é doido.
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