sábado, 31 de março de 2012

O preconceito marcará o tom da campanha eleitoral em São Paulo?



Se julgarmos pelo material flagrado acima, as eleições municipais deste ano em São Paulo começam a dar mostras de assumir um perigoso tom de intolerância.
Fernando Haddad, pré-candidato a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores tem sido alvo de ataques constantes por ter defendido, na época que estava a frente do Ministério da Educação (MEC), políticas educacionais que visassem o combate a homofobia. A pressão da bancada evangélica fez o governo recuar e adotar uma política bastante tímida sobre o tema. Mesmo assim, para estes setores ultra-conservadores, o simples ato de propor algo que enfrente a questão do preconceito relacionado a opção sexual é considerado um "pecado". Para estes setores, a intolerância é a resposta. O caráter laico do estado brasileiro é soterrado pelo discurso religioso e moralista, interditando todo e qualquer debate mais abrangente.
O anúncio de que José Serra será o candidato tucano para a prefeitura apenas confirma a forte tendência a um rebaixamento do debate político para níveis rasteiros. Vale recordar a forma como Serra colocou debates morais e religiosos no centro do debate eleitoral para a presidência em 2010. Felizmente, a população brasileira não aceitou e Serra sofreu uma derrota acachapante.
A grande questão chave que fica, neste momento pré-eleitoral, é se a população da capital paulista aceitará que este discurso intolerante e moralista paute o debate político, relegando para um segundo plano o que deveria ser o debate central nesta eleição. A saber, os problemas atuais da cidade, os rumos que a cidade deverá tomar para um projeto de inclusão e democratização dos espaços públicos, entre outras questões realmente centrais que deveriam nortear estas eleições e que, certamente, deverá ser o centro do debate político assumido por Haddad.

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