Fato é que ninguém se comunica 200 vezes com um desconhecido,
ou com alguém de pouca familiaridade.
Em seu blog, Luis Nassif denunciou que foram "mais de
200 telefonemas trocados entre ele [o contraventor Carlinhos Cachoeira] e o
diretor da sucursal de Brasília da Veja Policarpo Jr".
A denúncia é do dia 25. Há quatro dias Veja, Policarpo e seu
cão amestrado Reinaldo Azevedo fazem silêncio sobre o assunto. O que temem?
Vou fazer como Ali Kamel e testar hipóteses:
Será que se há uma ligação tão estreita entre Demóstenes
Torres, Carlinhos Cachoeira e a revista Veja, o tal grampo sem áudio que
envolvia o àquela altura presidente do STF Gilmar Mendes não foi uma combinação
entre eles e está registrado na PF?
Será que Policarpo era um dos 15 a quem Carlinhos Cachoeira
presenteou com um Nextel à prova de escutas, como o do Demóstenes?
Será que Gilmar Mendes também pertencia ao Clube dos 15?
Afinal, se o tal grampo sem áudio não provou nada (pelo contrário) serviu ao
menos para provar que Gilmar Mendes era assim um assessor de luxo de
Demóstenes.
Será que a ciranda do Cachoeira vai banhar Demóstenes, Veja e
chegar a Gilmar Mendes?
A seguir, o tal grampo
sem áudio:
Gilmar Mendes – Oi, Demóstenes, tudo bem? Muito obrigado
pelas suas declarações.
Demóstenes Torres – Que é isso, Gilmar. Esse pessoal está
maluco. Impeachment? Isso é coisa para bandido, não para presidente do Supremo.
Podem até discordar do julgado, mas impeachment...
Gilmar – Querem fazer tudo contra a lei, Demóstenes, só pelo
gosto...
Demóstenes – A segunda decisão foi uma afronta à sua, só pra
te constranger, mas, felizmente, não tem ninguém aqui que embarcou nessa
"porra-louquice". Se houver mesmo esse pedido, não anda um milímetro.
Não tem sentido.
Gilmar – Obrigado.
Demóstenes – Gilmar, obrigado pelo retorno, eu te liguei
porque tem um caso aqui que vou precisar de você. É o seguinte: eu sou o
relator da CPI da Pedofilia aqui no Senado e acabo de ser comunicado pelo
pessoal do Ministério da Justiça que um juiz estadual de Roraima mandou uma
decisão dele para o programa de proteção de vítimas ameaçadas para que uma
pessoa protegida não seja ouvida pela CPI antes do juiz.
Gilmar – Como é que é?
Demóstenes – É isso mesmo! Dois promotores entraram com o
pedido e o juiz estadual interferiu na agenda da CPI. Tem cabimento?
Gilmar – É grave.
Demóstenes – É uma vítima menor que foi molestada por um
monte de autoridades de lá e parece que até por um deputado federal. É por isso
que nós queremos ouvi-la, mas o juiz lá não tem qualquer noção de competência.
Gilmar – O que você quer fazer?
Demóstenes – Eu estou pensando em ligar para o
procurador-geral de Justiça e ver se ele mostra para os promotores que eles não
podem intervir em CPI federal, que aqui só pode chegar ordem do Supremo. Se
eles resolverem lá, tudo bem. Se não, vou pedir ao advogado-geral da Casa para
preparar alguma medida judicial para você restabelecer o direito.
Gilmar – Está demais, não é, Demóstenes?
Demóstenes – Burrice também devia ter limites, não é, Gilmar?
Isso é caso até de Conselhão.
(risos)
Gilmar – Então está bom.
Demóstenes – Se eu não resolver até amanhã, eu te procuro com
uma ação para você analisar. Está bom?
Gilmar – Está bom. Um abraço, e obrigado de novo.
Demóstenes – Um abração, Gilmar. Até logo.
Vamos aguardar até onde vão parar as águas de Cachoeira.
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