Por: Redação da Rede Brasil Atual
Para piorar a situação, não existe diálogo entre governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e a sociedade civil. "Com o Condepe não existe. Se nem o governo federal consegue um canal de diálogo com o governo do Estado, imagine se o Alckmin vai ouvir a opinião do Condepe. Não há diálogo com a sociedade, esse é o problema”, afirma Ivan Seixas.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2012/11/seguranca-clima-de-instabilidade-e-201cterrivel-e-absurdo201d-diz-presidente-do-condepe
São Paulo – A guerra entre a Polícia Militar e a facção
criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) se agrava dia a dia. Como os dados
sobre civis mortos não são divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do
governo estadual, trabalha-se com estimativas, segundo as quais, mais de 3 mil
civis morreram assassinados no Estado de São Paulo em 2012, sendo quase mil na
capital. Na madrugada de hoje (1°), pelo menos mais cinco pessoas morreram,
dois eram policiais.
Um Guarda Civil Municipal da zona sul da capital ouvido pela
RBA, e que pediu anonimato, disse que os toques de recolher existem e estão se
intensificando. Segundo ele, a operação na favela de Paraisópolis era esperada
com antecedência pelos moradores e a ação desencadeada no dia 29 é midiática.
O guarda civil afirmou também que os PMs que estão sendo
mortos seriam policiais envolvidos com corrupção e seus assassinatos
decorrentes de acertos de contas. Os chamados toques de recolher seriam em
muitos casos impostos por grupos de extermínio formados à sombra da PM, e não
pelo PCC. A RBA apurou que em Santo André, na região do ABC paulista, houve
toque de recolher esta semana.
Para o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, a situação chegou a um ponto em que
parece fora de controle. "Há uma sensação de descalabro tão grande que já
não se sabe mais o que acontece." Na sua visão, um aspecto é inquestionável
na crise: "é uma guerra particular entre a Polícia Militar e o PCC e quem
está pagando o pato é a população. Há uma quantidade muito grande de pessoas
sendo mortas, não necessariamente da PM, não necessariamente do PCC".
Seixas considera o clima de instabilidade "terrível e
absurdo". "O estado, que deveria proteger a população, cria um clima
de pânico, e as pessoas têm medo de sair à rua." De acordo com o
presidente do Condepe, cinco pessoas por dia, em média, estão sendo mortas em
São Paulo. "Não é por desavença pessoal, briga, é uma coisa
predeterminada, é execução", diz. "O que está acontecendo é isso: o
Estado resolveu fazer uma guerra em que as pessoas são mortas. Simplesmente
isso. O Estado não é mantido para matar pessoas", protesta Seixas.Para piorar a situação, não existe diálogo entre governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e a sociedade civil. "Com o Condepe não existe. Se nem o governo federal consegue um canal de diálogo com o governo do Estado, imagine se o Alckmin vai ouvir a opinião do Condepe. Não há diálogo com a sociedade, esse é o problema”, afirma Ivan Seixas.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2012/11/seguranca-clima-de-instabilidade-e-201cterrivel-e-absurdo201d-diz-presidente-do-condepe
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