Por: Renata Giraldi, da Agência
Brasil
Brasília – A pouco mais de um mês da visita da
presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos, o subsecretário de Estado
norte-americano, William Burns, que está no Brasil, foi cobrado hoje (2) pelo
secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Ruy Nogueira, sobre as
barreiras impostas a alguns produtos brasileiros nos Estados Unidos e a revisão
do Tratado de Cooperação Econômica e Comercial (cuja sigla em inglês é Teca).
O porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, informou que Burns esteve com
Nogueira depois de conversar com Patriota. Economia e a visita da presidenta a
Washington foram os principais temas na conversa de Burns com Nogueira nesta
manhã, no Itamaraty.
No próximo dia 14, representantes
dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento Econômico,
Indústria e Comércio Exterior irão a Washington, para tratar sobre o Teca,
tratado que estabelece as linhas para a discussão para o comércio e
investimentos entre o Brasil e os Estados Unidos.
Na conversa, Burns disse ainda
que há interesse dos Estados Unidos em receber investimentos do Brasil em
várias áreas, mas principalmente em energia e biocombustíveis. Segundo ele, o
objetivo é intensificar as negociações para favorecer o intercâmbio
tecnológico.
Durante a reunião com Patriota,
Burns elogiou os esforços do governo brasileiro no desenvolvimento sustentável
e na preservação do meio ambiente. Burns, durante reunião com o ministro das
Relações Exteriores, Antonio Patriota, ressaltou que o Brasil é “exemplo e
modelo”, ao sediar a Conferência Rio+20, em junho, no Rio.
Dilma estará nos Estados Unidos
de 9 a 11 de abril. A visita é uma retribuição à viagem do presidente Barack
Obama, no ano passado, ao Brasil. De acordo com Tovar, está sendo organizado
para este período um seminário com os ministros Fernando Pimentel, do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Marco Antonio Raupp, da
Ciência, Tecnologia e Inovação, além do chanceler Antonio Patriota. Do lado
americano, deverão participar a secretária de Estado, Hillary Clinton, e das
pastas correspondentes aos ministérios do Desenvolvimento Econômico, Indústria
e Comércio Exterior e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Na reunião com Nogueira, Burns
também mencionou a questão dos direitos humanos, pois o Brasil e os Estados
Unidos postulam vagas no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações
Unidas (ONU). “Ouvimos elogios sobre a posição brasileira”, disse o porta-voz
do Itamaraty. “Também elogiamos a liberdade de expressão e associação nos
Estados Unidos”, acrescentou.
De acordo com o porta-voz, os
governos dos Estados Unidos e do Brasil também pretendem ampliar a chamada
parceria trilateral – quando dois países se unem para ajudar um terceiro – no
Haiti. A ideia é aumentar os acordos relativos à segurança alimentar.
Atualmente os dois países trabalham em parceria no Haiti nas discussões sobre
direitos humanos e combate à violência contra a mulher, energia,
biocombustíveis e ciência e tecnologia.
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