No jogo de bicho, terno de grupo é a modalidade em que você
escolhe três animais e vence, caso eles sejam sorteados entre os cinco
primeiros.
Demóstenes Torres, Marconi Perillo e Roberto Marinho não são
animais, nem grupos de animais do jogo de bicho. Ao contrário, são seres
éticos, têm em comum a defesa da moral e dos bons costumes. São contra a
contravenção, a corrupção, verdadeiros vestais num mundo em degradação.
Mas não é que agora a Polícia Federal deflagrou a Operação
Monte Carlo e descobriu que Demóstenes Torres (senador do DEM) e Marconi
Perillo (tucano governador de Goiás) têm ligações estreitas com o bicheiro
Carlinhos Cachoeira?
Demóstenes Torres (aquele do grampo sem áudio com Gilmar
Mendes) ganhou de presente de casamento do bicheiro uma cozinha completa
(segundo a investigação), ou apenas fogão e geladeira, segundo o senador.
Curiosa é a explicação do senador para justificar por que aceitou os mimos:
“Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é
muito amiga da minha mulher”, diz Demóstenes. “Depois do escândalo Waldomiro
Diniz, eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção, e se dedicasse
apenas a negócios legais” [Fonte].
A ingenuidade do senador nos espanta porque ele já foi
Secretário de Segurança de Goiás. E diz que é amigo do bicheiro há anos. Desde
a época da Secretaria? Como Procurador e Secretário, não poderia estar tão mal
informado assim sobre as atuais atividades de Carlinhos Cachoeira.
Mas a operação da PF não flagrou apenas o senador. Descobriu
também que o atual governador de Goías, o tucano Marconi Perillo, vendeu uma
casa de sua propriedade para o mesmo bicheiro.
Aqui, fecha-se o terno de grupo com o falecido fundador da
Rede Globo, que também vendeu sua cobertura na Av. Atlântica para um bicheiro.
Como separar o dinheiro sujo da contravenção e de sangue dos
homicídios (geralmente envolvidos nesse tipo de negócio) do usado para comprar
casa, cobertura e a cozinha completa (ou apenas o fogão e a geladeira) do
senador?
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