domingo, 24 de março de 2013

O envolvimento de empresários com a tortura no Brasil


Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, o ex-marido de Dilma Rousseff, Carlos Araújo, disse que empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) “não só financiaram, mas estimularam e assistiram às sessões de tortura” durante o regime militar
Pela proposta do advogado Carlos Araújo, ex-deputado estadual do Rio Grande do Sul pelo PDT e ex-marido da presidente Dilma Rousseff, não vai sobrar “um meu irmão” neste país.
O ex-marido da presidenta pediu que a Comissão Nacional da Verdade investigue, também, os empresários brasileiros que financiaram a repressão entre 1946 e 1988.
Torturado na ditadura, Carlos Araújo denuncia a participação de empresários na repressão.
Há informações de que até os donos de empresas de comunicação emprestavam seus carros para a repressão capturar e transferir presos políticos de uma prisão a outra.
Segundo o advogado, no regime militar, havia empresários que iam para a sala de tortura estimular os torturadores e se envaidecer com a tortura de militantes contrários ao regime.
“Não foram poucos os empresários que foram para as salas estimular os torturadores e se envaidecer com a tortura dos nossos companheiros”, disse o ex-deputado.
Carlos Araújo aponta empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teriam financiado e até participado de sessões de tortura durante a ditadura militar.
Militante da VPR, o ex-marido de Dilma pediu que a comissão investigue o “núcleo de tortura da Fiesp”.
A revelação foi feita nesta segunda-feira pelo militante do PDT e ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Carlos Araújo, durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em Porto Alegre.
Apesar das denúncias, Araújo não citou nomes de empresários envolvidos, nem disse se foi submetido a interrogatório diante de integrantes da Fiesp. Contudo, o ex-militante do VPR disse que a federação financiava a Operação Bandeirante (Oban) e, posteriormente, o DOI-CODI. Ele disse ainda que considera relevante a investigação, porque essa “direita raivosa” ainda está integrada às atividades da Fiesp.

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