Um dia depois do seminário promovido pelo PSDB para discutir
a "recuperação da Petrobras", propondo a volta dos leilões e a
abertura ao setor privado, com discurso principal do senador Aécio Neves,
governo aumenta expectativas com relação ao potencial de óleo recuperável na
camada pré-sal, que pode agora ter mais de 35 bilhões de barris; estatal,
presidida por Graça Foster, responde a todos os pontos levantados pelos tucanos
Esses tucanos
desgraçados quase quebraram a Petrobras e agora querem dar uma de salvadores da
pátria.
Um dia depois do seminário "Recuperar a Petrobras é
nosso desafio – PSDB: A favor do Brasil, a favor da Petrobras", realizado
pelo PSDB na Câmara dos Deputados, na tarde de terça-feira 12, o governo
responde às críticas de crise da estatal com uma maior estimativa sobre a
camada pré-sal. Reportagem do Valor Econômico mostra que, de acordo com o
Ministério de Minas e Energia, o óleo recuperável na camada pré-sal pode
superar a previsão, considerada conservadora, de 35 bilhões de barris de óleo
equivalente (BOE). Apenas no bloco BM-S-8, na Bacia de Santos, o potencial é de
1 bilhão de BOE.
Além disso, a Petrobras rebateu cada ponto levantado pelo
PSDB durante o evento em Brasília. A estatal responde a ataques tucanos
referentes ao "mito" da autossuficiência, perda de valor de mercado,
perdas de posições no ranking mundial, ações em queda, prejuízos, dívidas,
imagem de desconfiança da empresa, investigação no Ministério Público, custo da
Refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco, e efetivo
durante a gestão de Sérgio Gabrielli, antecessor de Graça Foster.
O único ponto não comentado pela estatal foi sobre o
"Pré-sal: o bilhete premiado que o Brasil pode perder", pelo qual os
tucanos acusam a estatal de ter anunciado o pré-sal "como uma dádiva,
durante a eleição presidencial de 2006", mas que até agora, segundo o
PSDB, "produziu a paralisação dos vitoriosos leilões para novas
descobertas e grande confusão pela distribuição dos royalties". Durante o
seminário, lideranças do partido propuseram a volta dos leilões e a abertura do
setor privado.
Clique aqui e leia todos os pontos levantados pelo PSDB.
Abaixo, as respostas da Petrobras:
1) "Mito da
autossuficiência"
O Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em 2006: a
produção de petróleo no País equiparou-se ao volume de derivados consumidos à
época. Entre 2007 e 2012, no entanto, a demanda por derivados cresceu 4,9% no
Brasil, contra um crescimento de 3,4% na produção de petróleo. A partir de
2014, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência
volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados
consumidos, contando a produção da Petrobras + Parceiros + Terceiros.
O Brasil, no entanto, nunca foi autossuficiente em derivados.
O País sempre importou e continuará importando derivados até que entrem em
operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2012-16 da
Petrobras. A curva de produção da Companhia apresentará um crescimento
contínuo, até atingir 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de
barris por dia em 2020. A produção de petróleo passará, então, a superar a
produção de derivados, o que dará ao País, também, autossuficiência em
derivados. Em 2020, planejamos ter 4,2 milhões de barris de petróleo por dia
contra uma capacidade de refino de 3,6 milhões de barris por dia e um consumo
de 3,4 milhões de barris por dia.
De fato os dispêndios com a importação de derivados de
petróleo foi de US$ 7,2 bilhões acumulados ao longo do ano de 2012, mas houve
também um ganho liquido de US$ 6,8 bilhões com as receita relativas à
exportação de petróleo.
2) "Perda de 47,7%
do seu valor de mercado"
Em 11/03/2011 o valor
de mercado da Petrobras era de R$ 398 bi e hoje (11/03/2013) R$ 234 bi tendo
uma perda de R$ 164 bi, perdendo 41,2% do seu valor de mercado.
3) "Perdas sucessivas no ranking
mundial"
A Petrobras era a
terceira maior empresa em valor de mercado atrás da Exxon Mobil e a PetroChina
ao longo do primeiro semestre de 2010 (em 03 março de 2010 o valor de mercado
da Petrobras US$ 184,4 bi) após o processo de capitalização, hoje (12/03/2013)
estamos em 7º lugar em termos de valor de mercado (1º Exxon, 2º PetroChina, 3º
Chevron, 4º Shell, 5º BP, 6º Total).
4) "Petrobras
hoje: a imagem da desconfiança"
Não há desconfiança. A Petrobras tem grande facilidade de
acesso ao mercado de dívida, a baixos custos, por meio de diversas fontes.
Portanto, são justamente estes investimentos elevados que irão gerar retornos
para nossos acionistas. A Petrobras é hoje reconhecida pelo mercado como a
empresa que dispõe do melhor portfólio de ativos de petróleo e gás dentre todas
as companhias de capital aberto no mundo. Portanto, altos níveis de
investimento fazem todo sentido econômico, face às oportunidades que se
apresentam para a Companhia. Somente no Brasil, a Petrobras dispõe hoje de 15,7
bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em reservas provadas. Ademais, com
os volumes que potencialmente serão incorporados no pré-sal e o direito de
produzir os barris da Cessão Onerosa podemos aumentar nossa base de volumes
recuperáveis para um patamar de quase 30 bilhões de boe. Temos hoje,
seguramente, a capacidade, a tecnologia, o conhecimento e os recursos
necessários para transformar todo esse potencial em riquezas para nossos
acionistas, que irão se materializar pelo crescimento de nossa produção, que
irá mais do que dobrar em 2020. É importante não esquecer que os investimentos
da indústria de petróleo e gás são de longa maturação, haja vista a
complexidade das operações. Entretanto, não menos importante é destacar a
celeridade com que fomos capazes de tornar o pré-sal uma realidade. O primeiro
óleo do campo de Lula ocorreu em 2009, apenas três anos após sua descoberta, um
resultado excepcional quando comparado à média da indústria mundial. Hoje, a
Petrobras e seus parceiros já ultrapassaram o marco de 300 mil barris de
petróleo por dia no pré-sal, um feito extremamente relevante.
5) "Ações da
Petrobras em queda"
As nossas perspectivas são as mais positivas possíveis no
longo prazo. Iremos mais do que dobrar a nossa produção de petróleo no Brasil
em 2020, atingindo 4.200 mil barris por dia de petróleo (ante uma produção de
1.980 mil barris por dia em 2012) por meio de projetos de alta rentabilidade,
que irão se traduzir em elevados retornos para os nossos acionistas. Estamos
aumentando a eficiência operacional da Companhia e otimizando nossos custos
operacionais para entregar ainda mais valor para os nossos acionistas. Temos
hoje cerca de R$ 166 bilhões de ativos em construção em nosso balanço
patrimonial, ou seja, R$ 166 bilhões de ativos que ainda não geram caixa para a
Companhia. Na medida em que esses e os demais projetos de nosso Plano de
Negócios e Gestão entrarem em operação, iremos aumentar ainda mais nossa
geração de caixa e, por conseguinte, o valor gerado para nossos acionistas.
6) "Pré-sal: o
bilhete premiado que o Brasil pode perder"
A Petrobras não vai comentar.
7) "Aumento do
investimento no refino gera prejuízo"
Entre os anos de 2000 e 2012 o consumo de gasolina no país
cresceu 68%, o de diesel 46% e o de querosene de aviação (QAV) 58%, reflexo
evidente do crescimento da economia, da melhora das condições de emprego e
renda da população e da ascensão das classes sociais. Diante de um mercado que
cresce muito mais do que a média mundial, fica clara a necessidade de ampliação
do parque de refino, retomando os investimentos em novas unidades, o que não
era feito desde 1980, 33 anos atrás.
Apesar de operar com altíssima eficiência (96% da capacidade
em 2012), a capacidade de refino disponível é de cerca de 2 milhões barris por
dia para uma demanda de cerca de 2,2 milhões barris por dia. Por isso que a
nova capacidade de refino é fundamental. Em 2020 a capacidade de refino será de
3,6 milhões de barris por dia e a demanda será de 3,4 milhões de barris por
dia, sendo esta a principal fonte de receitas da Petrobras. O investimento da
Petrobras na Área de Abastecimento foi de R$ 29 bilhões em 2012.
8) "Produção
diminui e dívida cresce"
A produção de petróleo da Petrobras foi de 700 mil barris por
dia em 1995 e chegou a 1,5 milhão de barris por dia em 2003. De 2003 a 2012, o
patamar de produção de petróleo da Petrobras elevou-se de 1,5 milhão de barris
por dia para 2,0 milhões de barris por dia, e chegará a 2,5 milhões de barris
por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020.
Convém esclarecer que quanto mais alto o patamar de produção
de uma companhia, maior é o desafio de manutenção e crescimento deste patamar,
dado que a natureza dos reservatórios de petróleo é o declínio natural da
produção, que varia de 10% a 14% ao ano em campos de águas profundas.
Assim, para a sustentação e crescimento da curva, faz-se
necessário um alto índice de sucesso exploratório, que agregue reservas e descobertas
para a produção futura. Para fins de comparação, o Índice de Sucesso
exploratório da Petrobras foi de 64% em 2012 (82% no pré-sal), enquanto a média
mundial está em 30%.
Além da necessidade de novas descobertas, a manutenção de
patamares elevados de produção também depende da operação dos sistemas atuais
com níveis adequados de eficiência operacional. Isso demanda, em alguns
períodos, paradas programadas para manutenção com consequente queda da produção
dessas unidades. Também ocorre, no caso das novas plataformas, um crescimento
gradativo da produção (ramp-up). Esses são os fatores que explicam porque a
produção da Petrobras não cresceu no ano de 2012 e no primeiro semestre de
2013, ano no qual 7 novas plataformas estão entrando em operação.
Quanto ao endividamento, as oportunidades de crescimento
proporcionadas pelas novas descobertas anunciadas nesses últimos anos, em
especial o pré-sal, colocaram a Petrobras em uma situação diferenciada em
relação às outras empresas do setor, com um portfólio de projetos rentáveis a
serem desenvolvidos que garantem o crescimento orgânico da Companhia. Para
financiar esse crescimento, foi necessário aumentar seu nível de endividamento,
na medida em que apenas a geração operacional de caixa da Companhia não era suficiente
para o aproveitamento dessas oportunidades. A dívida líquida da Petrobras ficou
em R$ 148 bilhões no final de 2012.
Porém, isso não é visto como negativo pelo mercado. Pelo
contrário, ao longo dos últimos anos, o aumento do endividamento veio acompanhado
da redução do custo de captação da Companhia e da melhora da avaliação de risco
por parte das agências de rating. A Companhia aumentou o acesso a diversas
fontes de financiamento com a redução do custo de captação em dólares para o
prazo de dez anos de aproximadamente 9% a.a. em 2002 para aproximadamente 5%
a.a. em 2012.
Em 2005, a Companhia recebeu a primeira avaliação de grau de
investimento pela agência de classificação de risco Moody´s, tendo sido uma das
primeiras empresas brasileiras a receber tal classificação. Desde então, vem
recebendo melhoras adicionais nessa avaliação, sendo classificada igualmente
pela Standard & Poor´s e Fitch.
9) "Petrobras na
mira do Ministério Público"
A Companhia reafirma que a aquisição da Refinaria de Pasadena
deve ser compreendida no contexto anterior à descoberta do Pré-Sal, estava
alinhada ao Planejamento Estratégico da Petrobras à época, no que se referia ao
incremento da capacidade de refino de petróleo no exterior, e visava contribuir
para o aumento da comercialização de petróleo e derivados produzidos.
Todas as aquisições de refinarias no exterior cumpriam com o
mesmo objetivo estratégico que determinava a expansão internacional da
Petrobras, apoiada em alguns pilares, a saber: processamento de excedentes de
petróleos pesados brasileiros; diversificação dos riscos empresariais e atuação
comercial em novos mercados de modo integrado com suas atividades no Brasil e
em outros mercados.
10) "Refinaria
Abreu e Lima: custo da obra pulou de R$ 4,7 bilhões para R$ 41 bilhões"
As projeções iniciais de custos da Refinaria Abreu e Lima
(RNEST) referiam-se a um projeto em fase inicial de avaliação, cujo grau de
definição permitia estimativas apenas preliminares em relação a custos de
infraestrutura, demandas ambientais, integração entre unidades e extramuros.
O maior grau de definição e detalhamento, incorporado a
fatores como otimização de escopo, ajustes cambiais e aquecimento de mercado,
entre outros, fez com que o valor do investimento tivesse um incremento com a
evolução do projeto.
Diversos fatores contribuíram para as variações de prazo,
entre eles a necessidade de realização, em alguns casos, de novos processos
licitatórios devido a preços excessivos. Outros fatores importantes foram
greves, condições ambientais e construção de infraestrutura para acesso ao
local da obra.
Hoje, a RNEST já alcançou 70% de execução física em suas
obras e o início de operação ocorrerá em novembro de 2014, com investimento
previsto de US$ 17 bilhões, prazo e custo estabelecidos no Plano de Negócios e
Gestão 2012-2016. Ainda há pleitos em discussão com as empresas contratadas que
somam US$ 3 bilhões.
11) "Gestão
Gabrielli"
No período da administração do presidente José Sergio
Gabrielli de Azevedo, entre 2005 e 2012, houve um aumento na Petrobras
Controladora de 52% do efetivo próprio e de 130% de empregados de empresas
prestadoras de serviços. incluindo aí todos os trabalhadores em obras, entre as
quais duas grandes refinarias. Tais aumentos foram consonantes com o
crescimento do investimento da Companhia, na ordem de 208%. No período
anterior, de 1993 a 2001, não foram realizados concursos pela Petrobras.
- Conteúdo Local
A indústria nacional de bens e serviços tem respondido à
altura das demandas da Petrobras, com Conteúdo Nacional que por vezes supera o
índice de 85% que é o caso dos projetos do Refino. O aumento do Conteúdo
Nacional é possível para bens e serviços que hoje são importados e que
apresentam escala econômica para serem produzidos no Brasil. Considerando as
vantagens para as empresas, os principais benefícios são a redução dos custos
operacionais, a proximidade da base de fornecedores, o aumento da capacidade de
inovação da cadeia e a assistência técnica local. Com informações do Brasil
247.
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