Artigo publicado no Jornal Brasil Econômico, em 12/03/2013
Em apenas dez anos, os governos Lula e Dilma Rousseff
promoveram uma verdadeira revolução silenciosa no país: cerca de 40 milhões de
brasileiros que antes viviam completamente à margem da sociedade, entraram no
mercado consumidor. A política econômica desenvolvimentista e os programas
sociais, como o Bolsa Família, Brasil Carinhoso, Brasil sem Miséria e Minha
Casa, Minha Vida, entre outros, fizeram com que o Brasil, que tinha boa parte
da população vivendo abaixo da linha de pobreza, virasse um país de classe
média.
A mobilidade social ocorrida nesta década pode ser medida
pelos dados da pesquisa “Observador Brasil”, realizada pela empresa Cetelem
BGN-IPSOS – braço do banco francês BNP Paribas. Em 2005 62.702.248 pessoas
integravam a classe C, enquanto que as classes D e E perfaziam 92.936.688
pessoas. Mas em 2011, a Classe C cresceu para 103.054.685 pessoas; já as
classes D e E encolheram para 45.243.748 pessoas. Em termos de porcentagem,
isso significa que a classe C cresceu 62% e as classes D e E sofreram redução
de 49%. Até as classes A e B, que em 2005 tinham 26.421.172 pessoas, aumentou
para 42.434.261 em 2011, o que corresponde a um aumento de 60%.
Outro dado importante para auferir as transformações
ocorridas no país nesta última década é o índice GINI, que mede a distribuição
de renda do país e vai de zero (mais igual) a um (menos igual). Ele era de
0,585 em 1995, foi a 0,563 em 2002 e caiu para 0,501 em 2011.
Em uma década os governos Lula e Dilma mudaram a face do
país. Quando Lula assumiu a Presidência da República em 2003, o Brasil estava
em crise e preocupado com o futuro. A inflação, que os tucanos se gabavam de
ter controlado, batia em 12,5%; a taxa Selic atingia espantosos 45%; o dólar
valia mais de R$ 4,00, em dezembro de 2002; o desemprego era de 12% e o risco
país ultrapassava 2.400 pontos. Além disso, tínhamos uma dívida externa de US$
200 bilhões e reservas de apenas US$ 36 bilhões. Sem contar o apagão e o
racionamento de energia elétrica.
Hoje, depois de uma política que priorizou o desenvolvimento
econômico com geração de empregos e distribuição de renda, a inflação baixou
para 6%; a taxa Selic caiu para 7,5%; o câmbio está estabilizado em R$ 2,00;
temos reservas de U$$ 318 bilhões o risco país caiu para 130 pontos – a ponto
de ninguém mais se lembrar dele. Mais importante, nestes dez anos foram criados
nada menos que 17 milhões de empregos com carteira assinada. Uma verdadeira
proeza, visto que o governo anterior criou apenas cinco milhões de empregos em
oito anos. E hoje, com uma taxa de desemprego de 4,6%, o Brasil está numa
situação que os economistas classificam como “de pleno emprego”.
Nestes anos, a participação da massa salarial no PIB subiu de
46,3% em 2003 para 51,4% em 2009 (último ano com dados disponíveis). Tal
mudança foi possível graças a uma política de aumento real do salário mínimo.
Em 2003, ele era equivalente a pouco mais de US$ 50 e correspondia a 1,3 cestas
básicas no estado de São Paulo; hoje, é capaz de comprar 2,13 cestas básicas,
equivalendo a mais de US$ 300.
Estes resultados são fruto da opção que fizemos por abandonar
uma política elitista, que privilegiava o rentismo e a concentração de renda e
trocá-la pela opção estratégica pelo desenvolvimentismo com inclusão social.
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