sábado, 16 de março de 2013

A BATALHA: NÓS X ELES


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A julgar pela semana que passou, a impressão é que a batalha por 2014 será intensa. E quente.
Dois fatos relevantes marcaram a semana na política: a morte de Hugo Chávez e o pronunciamento da Presidenta Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher.
Antes de prosseguir, é preciso ter em mente que a mídia fundamentalista do Brasil lançou a corrida presidencial de 2014 ao repercutir com intensidade o lançamento do partido de Marina Silva, ao insistir na candidatura de Eduardo Campos do PSB, além de cobrir com muito entusiasmo os discursos do candidato e Senador Aécio Neves, do PSDB.
Por mais que digam que Dilma está em campanha para a reeleição, é notório que setores da imprensa mostraram suas armas para tentar derrubar o projeto do Partido dos Trabalhadores no comando da Nação. Enquanto únicos oposicionistas, veículos de comunicação sabem que, ou começam a agir desde já, ou serão novamente engolidos nas urnas em 2014.
A cobertura da morte de Hugo Chávez revelou-se vergonhosa e vulgar. Apesar dos milhões de venezuelanos que choram a morte de seu líder, “analistas” políticos, sobretudo da globo*, emitiram comentários desprezíveis e ofensas grotescas aos nossos vizinhos.  No o globo*,  trataram Chávez como assistencialista, paternalista, caudilho, “pai dos pobres”. A cretina Miriam Leitão acusa as políticas sociais venezuelanas de não serem sustentáveis e afirma que o “choro coletivo em Caracas” se deve às “bondades” de Presidente morto.
Na folha*, acusaram seu “perfil autoritário”, seu “domínio oligárquico”, além da pérola de ser um  “fenômeno retardatário do populismo latino-americano”.
A revista veja* deste domingo, por exemplo, coloca imagem obscura de Chávez na capa e o título “Chávez – A herança sombria”.

Em 08 de Março, em rede nacional de rádio e TV, a Presidenta do Brasil, além de parabenizar as mulheres, anunciou a desoneração fiscal da Cesta Básica e a inclusão de novos produtos de consumo no cálculo.
Foi duramente criticada. A cheirosinha Eliane Catanhede escreveu que o gesto nada mais foi que um “saco de bondades” para coibir o crescimento desenfreado da inflação, ligando o pronunciamento de Dilma à campanha eleitoral. No o globo*, a desoneração de impostos é um “embate entre governo e oposição”.
E vai por aí.
A tentativa de tratar as pessoas como estúpidas e ignorantes é risível. De olho no processo eleitoral – e diante da cada vez mais distante possibilidade de vitória – de 2014, setores conservadores pretendem que todos os brasileiros votem de acordo aos ideais mais atrasados da política apenas para voltar a favorecer os mesmos grupinhos de sempre.
Nos períodos em que estiveram governando o Brasil, apesar de reconhecer o abismo que separava as classes sociais, os grupos políticos hoje na oposição insistiam que era preciso fortalecer o país antes de distribuir renda. Passamos por períodos de crescimento e a riqueza sempre se manteve nas mãos dos mesmos; sobravam migalhas que acreditavam eram capazes de manter indefinidamente “cada um no seu lugar”.
Aqui, a partir de 2002, as coisas mudaram sensivelmente. Milhões foram incluídos, passaram a consumir e a ter direito a moradia. Não só no Brasil como em diversos países da América Latina. O sucesso das políticas públicas passou a ser determinante na eleição e reeleição de diversos líderes no Brasil, Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia, Peru...
Foi então que surgiram os ataques da mídia fundamentalista nestes países, que tratou logo no início de acusar os governos de restringirem a liberdade de imprensa, de tratar os Presidentes e Presidentas de populistas e demagogos, de apontar as falhas nas políticas econômicas de cada um de seus governos, de usar de artimanhas editoriais para fazer crer a seus leitores que estes governos não eram capazes de governar.

Como se todos os governos de esquerda tivessem a obrigação de resolver todos os problemas sociais causados por décadas, séculos, de exploração da mão de obra em benefício de uma camada social reduzida, em tão pouco tempo!
Para ficar apenas nas políticas sociais de Venezuela e Brasil, o salto de qualidade de vida das populações pobres foi tão forte, tão relevante, que os líderes destes dois países são tratados com um carinho sem medida, a ponto de pessoas permanecerem 24 horas na fila de visita ao corpo de Hugo Chávez!
E de setores da oposição tentarem derrubar Lula mesmo sendo ele um ex-Presidente da República!
O estridente ruído da imprensa, na tentativa de maquiar a imagem de seus políticos preferidos, e de demonizar os demais, tem razão de ser. No capitalismo ocidental, as empresas de comunicação estão nas mãos de poucas pessoas, e seus interesses estão intimamente ligados aos governos liberais. Quando não são contemplados, seus editores-chefes passam a operar sob comando alinhado aos desejos do grande capital, acusam, ofendem, caluniam, usam de todas as técnicas de difamação para desconstruir a imagem de um político na vã esperança de não ter que dividir um assento de avião com um pobre, uma rua com um carro popular, uma fila de supermercado com um favelado.
Quando, no Brasil, criou-se o PROER – programa de auxílio a bancos privados endividados – a imprensa não estrilou, o Bolsa-Familia é tratado como Bolsa-Esmola.
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“DEFENDEREMOS NUESTRA PATRIA CON NUESTRA PROPRIA VIDA” – de um operário venezuelano na fila de visita ao corpo do Presidente Hugo Chávez.
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*  Este blogueiro recusa-se a grafar os nomes dos jornais folha, globo e estadão, e da revista veja, com as iniciais maiúsculas.
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Por JÚLIO PEGNA

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