Saber é saber que se sabe! Fernando Henrique Cardoso parece
insistir no fato de que sabe que não sabe. O Farol de Alexandria continua a
pronunciar que “O Brasil está hoje sem rumo”, como forma de atacar os governos
da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. FHC parece ser o guardião
de um rancor tão grande que lhe impede de poder perceber todos os benefícios
que a população brasileira alcançou nos últimos 9 anos com a conjunção de
distribuição de renda e desenvolvimento econômico. FHC, assim, inocula a
política na “má consciência” (Nietzsche), pois faz da política a ausência de
alegria e a afunda na tristeza do julgamento.
O julgamento de FHC contra Lula e Dilma se deu na noite de
domingo, em Belo Horizonte, em evento do tucanato. FHC disparou seu arsenal: “o
que era interferência do partido no governo passou a ser norma”. “O governo passou a se imiscuir em tudo,
cooptando organizações. O nome disso ainda é democracia , mas ela tem
arranhões, sufoca o município, sufoca os Estados”. Para FHC, a Petrobras e o
setor elétrico são exemplos dessa ocupação do Estado e o “desastre é imenso”.
“E a isso daremos um basta elegendo um novo presidente do Brasil”.
Contudo, para se eleger este novo presidente do Brasil, FHC,
antes de afirmar a prática da privatização como necessária para colocar o
Brasil novamente no caminho certo, deixou bem claro que “Quem está no governo
usurpou e deturpou o nosso projeto nesse momento”, acusando de fisiologismo o
que se faz no governo federal atual.
Mas nada disso foi suficiente para apagar a principal meta,
declarada por FHC, do PSDB para poder ganhar as eleições de 2014: o partido dos
tucanos deve se aproximar mais do povo.
Sabemos o quanto esta aproximação com o povo em nada combina
com a história do PSDB. Mas FHC tem seu trunfo na manga: uma candidatura “mais
dinâmica e mais jovem”. Claro que já sabemos que FHC está falando de Aécio
Neves, o autor desta fala no mesmo evento: “A agenda que está hoje no Brasil é
a que foi proposta lá atrás pelo PSDB com a estabilidade da moeda, com as
privatizações, com a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Toda esta história
nos leva a comparar a sabedoria de FHC para ganhar as eleições presidenciais em
2014 com a fábula do Conselho dos Ratos:
Sabe-se que em Esopo a seguinte narrativa fabulosa é contada:
Os Ratos resolveram organizar um conselho para decidir, qual
seria a melhor alternativa, para que eles pudessem saber com antecedência,
quando o inimigo deles, o Gato, estava por perto.
Dentre as muitas ideias apresentadas, uma delas, que logo foi
aprovada por todos, considerava que, um sino deveria ser pendurado no pescoço
do Gato. Assim, ao escutarem o tilintar do mesmo, todos poderiam correr a tempo
para seus buracos. Além de gostaram do plano, todos ficaram extasiados com tão
criativa solução.
E um velho Rato então questionou:
“Meus amigos, percebo
que o plano é realmente muito bom. Mas, quem dentre nós prenderá o sino no
pescoço do Gato?”
E nenhum voluntário se fez presente.
Não fosse FHC um
enganador da velhice e deixasse toda a suavidade da experiência avançada lhe
inundar de intrépida sabedoria, poderia ser ele o sábio velho a alertar os mais
jovens tucanos que se aproximar do povo não é coisa tão fácil de fazer quanto é
de falar. Mas FHC negando a sua velhice assim, parece negar sua sabedoria.
Colocando por fim, todos seus camaradas de partido em perigo.
O próprio Esopo alerta: “Dizer o que deve ser feito é uma
coisa, fazê-la, entretanto, é “coisa” bastante diferente”.
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