Discurso da
Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de inauguração da Unidade
de Fabricação de Estruturas Metálicas – UFEM - Itaguaí/RJ - Itaguaí – RJ, 1º de março de 2013
Bom dia a todos.
Eu queria iniciar
cumprimentando o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral - um grande
parceiro do governo federal nessa verdadeira epopeia que tem sido construir,
aqui neste estado, uma infraestrutura que permita ao país, de fato, se afirmar
no mundo, mas, sobretudo, se desenvolver de forma soberana.
Queria cumprimentar aqui os
ministros de estado que me acompanham hoje: o ministro da Defesa, Celso Amorim;
o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp; o ministro
do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito, general José Elito.
Queria também cumprimentar as
senhoras, os senhores deputados federais aqui presentes: o Edson Santos; o
Felipe Bornier; o ex-ministro da Pesca, Luiz Sérgio; o senhor Mauro Lopes; a
Perpétua, minha querida amiga Perpétua Almeida; o Vanderlei Siraque e o Zoinho.
Queria cumprimentar os
comandantes das Forças Armadas: almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura
Neto, da Marinha; general do exército Enzo Martins Peres, do Exército;
tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, da Aeronáutica. Queria cumprimentar os
almirantes Alfredo Caron e Mauro Cezar, ex- ministros da Marinha.
Queria cumprimentar o
vice-governador do Rio, meu querido Pezão, Luiz Fernando Pezão.
Queria cumprimentar o prefeito
que nos recebe hoje, aqui em Itaguaí, o prefeito Luciano Mota.
Cumprimentar o chefe do
Estado-Maior da Armada, almirante Fernando Eduardo Studart Wiermer, por
intermédio de quem eu cumprimento todos os oficiais-generais aqui presentes. E
uma saudação especial para todos os integrantes da Marinha brasileira.
Queria cumprimentar o
vice-prefeito de Itaguaí, Wesley Pereira Gonçalves.
Cumprimentar também o querido
amigo Jaime Cardoso, o presidente da Nuclep. O diretor-presidente da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, e de quem eu saúdo todos os empresários aqui presentes. O
senhor Patrick Boissier, diretor-presidente da DCNS.
Cumprimentar a Alcinéia Nunes
do Couto e Silva, agradecer pelas rosas. E por meio da Alcinéia eu queria
cumprimentar todos os trabalhadores. E, sobretudo, eu queria dirigir um
cumprimento especial a todas as trabalhadoras e a todas as mulheres aqui
presentes.
Cumprimentar os senhores
jornalistas, os senhores fotógrafos e os senhores cinegrafistas.
Senhoras
e senhores,
Eu estive aqui há três anos
atrás, e era um momento especial para todos nós – naquela época eu era
ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, durante o governo do
presidente Lula. Era janeiro, se eu não me engano, de 2010. De lá para cá, toda
essa fantástica estrutura foi construída, e aqui neste lugar se erigiu um
projeto que é muito importante para o Brasil. E eu me refiro tanto à unidade de
fabricação de estruturas metálicas que está nesse momento sendo inaugurada, mas
a toda a infraestrutura construída aqui nessa região. Foram três anos e, por
isso, é muito importante que a gente dirija uma saudação especial à Marinha do
Brasil, aos seus oficiais, a todos aqueles da Marinha que contribuíram para que
isso, junto com o Ministério da Defesa, ficasse de pé.
Mas eu cumprimento também a
empresa construtora desta obra, a empresa Odebrecht, pela grandiosidade e pela
qualidade e a rapidez com que foram construídas estas estruturas.
Queria destacar também a
importância de ter tido, nesse processo que se inicia há alguns anos atrás, a
recuperação da Nuclep. Porque foi na Nuclep - e aqui nós temos um símbolo dessa
obra que acaba também de ser descerrado - foi na Nuclep que nós mostramos que
era possível construir, com mãos, cérebros e a vontade de brasileiros e de
brasileiras, construir aqui em Itaguaí, com toda a infraestrutura que também
foi feita em parceria com o governo do estado, com o Sérgio Cabral e com o seu
vice, Pezão, foi possível construir aqui todo esse empreendimento que é uma
parte fundamental da indústria da defesa no nosso país.
Nós podemos dizer, com
orgulho, que essa obra, ela é produto da iniciativa de várias, de múltiplas
instituições privadas e públicas. Podemos dizer que, de fato, com ela nós
entramos no seleto grupo que é aquele dos integrantes do Conselho de Segurança
das Nações Unidas - únicas nações que têm acesso ao submarino nuclear: Estados
Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia.
Sobretudo, eu acredito que nós
podemos afirmar com orgulho que o programa de desenvolvimento de submarinos é
uma realidade. É importante a fase em que se projeta, cria, se planeja uma obra
e uma iniciativa como essa. Mas é um grande desafio para todos os aqui
presentes ter realizado e ter dado esse passo importante com a UFEM.
Junto com o programa nuclear
da Marinha, nós estamos vendo que aqui também se cria um pólo de referência. Um
pólo de referência baseado nesse contrato que nós firmamos com a França em
dezembro de 2008. E esse contrato tem por objetivo garantir a transferência de
tecnologia e a formação de profissionais brasileiros na construção de
submarinho.
Essa parceria, ela tem de ter
sempre o olhar cuidadoso de todos aqueles que nela participam. Porque nós
temos, por parte do povo brasileiro, a missão de garantir e assegurar que de
fato essa tecnologia nos seja transferida conforme contrato.
Eu gostaria de louvar um fato
que é muito importante: uma indústria da defesa, como disse o ministro Celso, é
uma indústria da paz. Mas eu acho que a indústria da defesa é, sobretudo, a
indústria do conhecimento. Aqui se produz tecnologia, aqui tem também um poder
imenso de difundir tecnologia. É isso que nos outros países a indústria de
defesa faz. Ela difunde por toda a indústria do país, ela difunde o uso de
tecnologia que, preliminarmente, está muito focada e concentrada num ponto, que
é a indústria de defesa, e na sequência ela permite que nós generalizemos essa
difusão por toda a cadeia produtiva. A mais diferenciada, inclusive.
Meus
amigos e minhas amigas,
Nós somos uma nação muito
característica. Nós somos um país continental, nós vivemos em profunda paz com
todos os nossos vizinhos. Nós somos uma região do mundo que não faz disputas
bélicas, não tem conflitos e, sobretudo, uma região pacífica.
Todos nós temos consciência,
no entanto, que o mundo é um mundo complexo. O Brasil assumiu, nos últimos
anos, uma grande relevância. Um país como o Brasil tem esse mérito de ser um
país pacífico. Isso não nos livra de termos uma indústria da defesa e temos
toda uma contribuição a dar na garantia da nossa soberania, e nos inserirmos
cada vez de forma mais pacífica e dissuasória preventivamente no cenário
internacional.
Por isso, aqui, hoje nós temos
a confluência de várias, múltiplas correntes, múltiplos fluxos do que é o
desenvolvimento do país. De um lado, a afirmação da importância e do orgulho
que nós sentimos quando - os senhores não podem olhar - mas quando olhamos para
ali e vemos escrito: fabricado no Brasil. O conteúdo local, o conteúdo nacional
do que é produzido aqui mostra a pujança da capacidade brasileira, tanto do ponto
de vista da empresa privada, que constrói um empreendimento dessa envergadura,
quanto do ponto de vista da Marinha, que o concebe, quanto do fato de que
milhares de empresas privadas do Brasil forneceram equipamentos, bens e
serviços para que isso tornasse realidade. Aí está, eu diria, o fluxo
característico da geração de emprego e renda para um conjunto bastante
significativo da nossa população. Tem o outro que é essa capacidade de gerar
tecnologia a qual nós mencionávamos. Tem um terceiro que é esse papel de
afirmação soberana do Brasil como um país que se torna, cada vez mais, um país
que é considerado no cenário internacional.
Agora, eu acredito que o que é
mais importante, que nós podemos destacar aqui, é que o Brasil é capaz, que o
Brasil pode e faz, que o Brasil tem todas as condições de cumprir
simultaneamente seu duplo papel. O papel do desenvolvimento científico e
tecnológico, o papel da exploração de um seguimento crucial para uma nação que
a indústria da defesa com todos os desafios científicos e tecnológicos. E, ao
mesmo tempo, um papel gerador de renda e de emprego, e um país que é capaz de
lidar também com a superação e a eliminação da miséria.
E eu digo isso aqui diante
desse cenário, porque nós nunca podemos esquecer que para essa nação se afirmar,
para essa nação ser de fato uma nação desenvolvida, seu povo tem de ser
desenvolvido. Por isso, eliminar da miséria e tirar da miséria, eliminar a
miséria da nossa história, superar a miséria em nosso país, elevar milhões de
cidadãos e cidadãs brasileiros, milhões de famílias, é complementar com o
projeto dessa envergadura. E é também complementar com o projeto dessa
envergadura – e eu queria aqui dirigir-me à trabalhadora que veio me entregar
as rosas – é complementar a formação profissional. Fico extremamente emocionada
pelo fato de ver uma trabalhadora sendo formada por esse projeto Acreditar, que
é o mérito da Odebrecht, eu já o conhecia da usina hidrelétrica de Santo
Antônio. Mas também mencionar algo que eu vi na entrada: uma escola de soldadores.
Esse também é um mérito desse projeto, forma soldadores extremamente
especializados. Nós precisamos muito da capacitação da nossa mão-de-obra.
Então, por isso também ao entrar aqui eu fiquei muito feliz.
E queria concluir dizendo que
também o fato de ser uma trabalhadora, uma operária, que me entregou as rosas
me emociona muito, porque mostra a força da trabalhadora brasileira num projeto
tão sofisticado como esse.
Muito obrigada a todos, tenho
certeza que hoje é um grande dia para todos nós.
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